domingo, 4 de março de 2012

Ética e Dogma - Sergio Greif


Por mais que a Constituição nos assegure de que somos um estado laico, com uma separação bem definida entre a Igreja e o Estado,. todos sabemos que isto não é assim na prática.

Até os dias de hoje, a igreja vem sendo um entrave, intrometendo-se em assuntos que não lhe dizem respeito. Interferindo em questões como o uso de preservativos, ela é agente disseminadora da AIDS nos países africanos. Interditando o uso de anti concepcionais, ela acaba sendo a responsável por milhões de nascimentos não desejados, com as trágicas consequências de que todos temos notícia.

Por mais que achemos que a Inquisição é um fato já ultrapassado, o Vaticano continua sendo foco de escândalos que jamais serão propriamente investigados ou punidos pelo Estado, como é, por exemplo, o caso das crianças abusadas sexualmente por seus membros.

Banalizando e inferiorizando a condição da mulher, relegando os homossexuais aos planos infernais, demonizando a sexualidade humana, ela prima também por interferir no âmbito da pesquisa científica, dizendo despudoradamente o que agrada ou não ao Deus que diz servir.

Não é exatamente este o conceito de Deus que temos em mente.
Nem tampouco Jesus aprovaria tanta arrogância, tanta perseguição e exclusão de Seu Amor em seu nome.

No âmbito da experimentação animal, mais particularmente, como em tudo a que se refere o termo "holocausto" animal", a igreja católica, em sua IDOLATRIA do ego humano, muito bem caracterizada pela riqueza e exibições de arrogância papais e de seu clérigo, a igreja tem sido o PESADELO no caminho do progresso da causa dos direitos animais e da prevalência da Verdade, da Ética e do Verdadeiro Saber.

A INQUISIÇÃO continua, com seus instrumentos de DOR que tentam arrancar de suas vítimas  __ hoje os não-humanos __ os "segredos" que eles não tem.
Seu objetivo: o mesmo de sempre. Dominação e Dinheiro, além da Superstição, hoje mantida pela pseudo-ciência.
Norah



Ética e Dogma 
Sergio Greif

Nas discussões acadêmicas e extra-acadêmicas referentes à bioética, vemos uma forte participação da Igreja nas tomadas de decisão, afinal, 74% dos brasileiros são católicos nominais, embora em grande parte não praticantes ou praticantes de outras religiões.

 Mas os números não são importantes, o importante é que o Brasil é considerado um país católico e, embora haja separação entre o Estado e a Igreja, a Igreja ainda exerce forte influência.

Seja uma discussão sobre eutanásia, aborto, uso de células-tronco… lá estão representantes da Igreja emitindo opiniões dogmáticas, agora sob o nome de “ética”. Ora, a ética não tem nenhuma relação com dogmas e esse conceito deve ser rejeitado.

A ética é racional, fundamentada e frequentemente contrária aos dogmas da Igreja.

Vejam-se os casos de pedofilia que envolvem a Igreja. Por uma questão irracional e provavelmente dogmática, padres pedófilos não são submetidos a nenhuma pena seja dentro, seja fora da Igreja. Sua punição com frequência envolve a transferência para uma nova Paróquia, onde ninguém tem ciência de seus crimes do passado e onde o pedófilo tem liberdade para continuar praticando seu vício.

Esse último episódio que envolve o arcebispo de Olinda e Recife e a excomunhão das pessoas responsáveis pelo aborto em uma menina de 9 anos estuprada pelo padrasto fornece outra prova disso. Sob o nome de “ética” a Igreja, o próprio Vaticano, opôs-se ao aborto, alegando preservação da vida humana. Oras, exatamente para a preservação da vida humana, da menina violentada, que esse aborto foi recomendado e autorizado.

Se a excomunhão não ocorreu, se a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil resolveu voltar atrás desse processo, revogando um édito do arcebispo e do próprio Vaticano, isso não foi feito por piedade, mas porque o assunto chamou a atenção pública, e a Igreja já está com a imagem abalada. Ironicamente, a CNBB emitiu nota condenando o estupro, mas jamais cogitou excomungar o padastro estuprador. Aparentemente o estupro fere a ética mas não os dogmas da fé.

Para o dogma, o estupro não é o pecado, o pecado está em salvar a vida da mãe e livrá-la de uma gravidez indesejada; o pecado não é proliferação de doenças sexualmente transmissíveis, mas a distribuição de preservativos que “estimularão” as pessoas a praticarem sexo; o problema não está em nascer com malformação de algum órgão vital, o pecado é utilizar células congeladas e insensíveis para tentar alcançar a cura; não está em vegetar em cima de uma cama por décadas sem qualquer processo mental e sem nenhuma dignidade, o pecado está em desligar os aparelhos que mantêm o paciente preso a esse mundo.

A Igreja se coloca sempre em favor da preservação da vida e evoca sempre o mandamento não matarás, mas é óbvio que isso é apenas um argumento de retórica. Essa mesma preocupação incondicional com a preservação da vida e com o mandamento do Senhor não encontra eco quando se trata de outras vidas que não a humana e com frequência demonstra não se aplicar, tampouco, à vida humana.

O problema se encontra onde dogma e fé se confundem com ética e racionalismo.

As opiniões de qualquer grupo religioso são pertinentes apenas às pessoas que partilham aquele mesmo sistema de crenças. Para todas as demais pessoas, essas opiniões podem ser escutadas, à título de conselho ou por mera curiosidade, mas elas não devem pesar nas decisões finais aplicadas a toda a coletividade. 

Fonte: ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais









3 comentários:

  1. Essa problema de o Brasil ser um país laico, mas com influencias da igreja que influencias doutrinaria e democráticas só vai acabar quando se extinguirem os partidos de cunho religioso
    Infelizmente não vai ser hoje que o povo todo vai saber distinguir suas crenças religiosas dos fins constitucionais da nação...

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  2. O que me preocupa realmente é não punição dos estupradores em todos os patamares,pedófilos e assassinos psicopatas.Os animais são minha prioridade visto que são defendidos por uma minoria,ninguem se importa com eles que sofrem barbaramente nas mãos cruéis de pessoas doentes ou interesseiras(testes em laboratórios),com o amparo da lei.Eu defendo o "Direito Dos Animais"!

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  3. Eu defendo o Direito dos Animais, luto com as armas que tenho para que as crueldades contra eles acabem, mas agora não entendi, o que a Igreja tem a ver com isso? Agora estamos falando de aborto, métodos anticoncepcionais.....perdeu-se o foco, assassinato é assassinato, seja de uma pessoa, animal, ou de seus fetos. Agora é fácil dizer que a menina que foi estrupada e engravidou deve abortar, o foco da história não seria em coibir a prática ao invés de se gastar tanto tempo em discutir se a menina deveria ou não ter o bebê? Pelas suas palavras é possível entender que se o estupro for realizado com camisinha ou qualquer outro método ok, sem problemas.....hipocrisia! Ataquemos a causa e quando solucionarmos partimos para discutir as consequências.

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