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sábado, 2 de junho de 2012

"FOFISMO" - você sabe o que é?



"FOFISMO" - você sabe o que é? 

Corrente insidiosa de crença bem-estarista que começa a se infiltrar fortemente no imaginário da sociedade brasileira.
VACINE-SE. ACAUTELE-SE.
Seu mecanismo de contágio parece ser altamente viral, espalhando-se como fogo na palha, destruindo neurônios e queimando a capacidade de raciocínio dos desavisados.

- A sociedade brasileira, como um todo, parece estar finalmente acordando de sua sonolência moral e começando a perceber que animais tem direito à proteção legal, imprescindivelmente relacionada ao FATO de que todos temos direito à vida e à dignidade.
- O que seria um conquista, ou uma vitória pode facilmente __ na verdade já está __ se transformar na crença (errônea e medíocre) de que apenas CERTOS animais tem este direito.
- A maioria de nós __ seres humanos saudáveis, pelo menos __ ama cães e gatos e os trata com o respeito e carinho que merecem. Eu própria já acolhi e retirei das ruas cerca de 240 gatos e vários cães, que viveram comigo com dignidade até o fim de suas vidas naturais. Muitos deles convivem comigo até os dias de hoje, para minha grande alegria diária.

- ENTRETANTO, é preciso muita cautela para que esta "onda de ativismo" não se limite a estas 2 espécies de animais apenas, com exclusão de TODAS as demais formas de vida.
- Tenho visto indícios deste preocupante fenômeno se instalando nas redes sociais.

- E vou MAIS ALÉM: mesmo quando isto não é exatamente assim tão restrito, as pessoas, em sua maioria, parecem se preocupar apenas com os animais que consideram "fofinhos".
- Um bom exemplo disto são os coelhos: quando assassinados pela "indústria de peles" e transformados em "roupinhas", todos são unânimes em se unir a um único e grande protesto.

ENTRETANTO, ninguém parece e referir ou sequer comentar que a maior parte destes pobres animais é hoje ASSASSINADA para virar "comida".
Em janeiro passado, depois do Crueldade Nunca Mais aqui no Rio, que assumiu contornos de um palanque político, a maioria dos "responsáveis" resolveu se reunir logo a seguir em uma churrascaria.


- ISTO faz algum sentido?????? 

- Faz algum sentido acreditar que apenas animais considerados "bonitos", a partir da estética humana, tenham seu direito à vida assegurado e respeitado?
- Faz algum sentido acreditar que certas espécies tem direitos e outras não os tem?
- Faz algum sentido tratar alguns como "pets" __ a ponto de lhes retirar a condição nobre de animais, travestidos que se tornam de "bebês humanos" __ e relegar os demais à condições de "coisas", "propriedade" ou "mercadoria", de acordo com impressões pessoais, gostos pessoais, ou crenças pessoais?
- Faz sentido proteger coelhos dos perigos da "alta costura" e não protegê-los dos "chefs de cozinha"?
- Faz sentido reclamar do comércio de pele e não protestar e evitar o uso de "artefatos de couro"?
- Faz sentido protestar quando cães ou gatos são barbarizados nos laboratórios, e se calar quando são os porquinhos e ratinhos as vítimas desta "ciência" de séculos atrás?
- Faz algum sentido enlouquecer porque beagles são objeto destas mesmas experiências e se esquecer dos viralatinhas que são encaminhados diariamente por diversos CCZ para este TERROR?
- Faz algum sentido ser um árduo e comprometido defensor dos golfinhos e baleias, e se esquecer dos tubarões?



- Dizem que o melhor nome para o chamado "diabo" é o de IMPOSTOR.
Um criador de ilusões, amparado na vaidade e cegueira narcísica do homem.
- CUIDADO para não sucumbir a esta ótica tão parcial, sem amparo num mínimo de raciocínio lógico e coerência.
-Por exemplo, podemos e devemos defender os jumentinhos dos "planos" do atual governo de exportá-los para a China. Não porque sejam especiais, melhores ou diferentes dos bois e vaquinhas. Mas sim porque não podemos admitir que MAIS UMA espécie seja relegada a condição de "produto de consumo humano".

Em todo __ ou em nenhum __ animal, habita a mesma CENTELHA do SER.
Todos compartilham conosco o mesmo apego à vida.
Todos somos escravos do acaso e da determinação do DNA que nos constituiu no momento de nossa concepção.
Ninguém "teve méritos" para nascer assim ou assado.
Assim como ninguém nasceu marcado por um suposto "pecado original", tampouco alguém nasceu para ser devorado e explorado.
"Méritos", se o desejarmos,  podemos criar ao nosso longo de nossas vidas, se estivermos dispostos a uma constante reflexão e ação, que interroga os preceitos e preconceitos que nos foram instilados desde nossa vinda a este mundo de ilusão, onde a separação é o que se impõe à nossa percepção. Condicionamentos mentais à parte, partamos em busca da Verdade, o único instrumento de Libertação da mente limitada e aprisionada no espaço/tempo.
E eu insisto: esta jornada é absolutamente individual, sem guias, sacerdotes, mentores ou atravessadores.

Namaste



Em tempo: Fomos levados a restringir, pouco a pouco, desde a infância, aquilo que denominamos e sabemos ser "animais". Se crescemos em "boas famílias", fomos ensinados a respeitar cães e gatos, passarinhos e talvez algum outro bichinho "sortudo", aos quais tratamos como "pets".
Estes sim, objeto da educação que recebemos, como "merecedores" do nosso carinho e respeito. TODOS os demais, foram reclassificados como "uma outra coisa" qualquer, que podemos explorar, comer, "usar como roupa", fazer experiências, prender em zoológicos e circos etc ...
Foi assim que se chegou ao que criticamos e chamamos de bem-estarismo: o homem tem o animal na conta de "coisas" que só existem para serví-lo, limitando-se quando muito, a não querer que sejam MUITO TORTURADOS (para aplacar seu sentimento de culpa, diga-se de passagem) ...

Por isto hoje se fala muito em "crueldade animal", ao invés de ABOLICIONISMO animal.
Os animais existem por suas próprias razões __ tal como nós __ se é que se trata de haver alguma "razão" para existir, para eles ou para nós, animais humanos.
Reflita sobre isto, por favor.
Norah

Conheça o que você come: PORQUINHOS

Conheça o que você come: PORQUINHOS

Norah André


A maioria dos ocidentais nasceu em famílias não-vegetarianas.
Fomos, portanto, acostumados desde cedo a não fazermos a associação entre a "carne" que comemos e os simpáticos animais que tanto amamos e admiramos quando éramos pequenos.

Pelo contrário: fomos induzidos, pouco a pouco, pelos costumes da maioria da sociedade ocidental, a nos esquecermos desta conexão intrínseca entre suas vidas e seus corpos, de um lado, e a "carne" que nos foi servida desde sempre como algo "comestível e necessário" desde a nossa mais tenra infância.

Salvo raríssimas exceções, de pessoas que cresceram em famílias de vegetarianos, esta realidade nos foi ocultada, para o que a propaganda social muito contribuiu, ao mascarar sob "rótulos felizes" de "produtos" à venda nos supermercados, aquilo que foi, um dia, a VIDA arrancada de um animal.

Mais do que isso: fomos levados a restringir, pouco a pouco, aquilo que denominamos e sabemos ser "animais". Se crescemos em "boas famílias", fomos ensinados a respeitar cães e gatos, passarinhos e talvez algum outro bichinho "sortudo", aos quais tratamos como "pets". Estes sim, objeto da educação que recebemos, como "merecedores" do nosso carinho e respeito.

Como muito bem me disse no outro dia meu amigo João Oliveira,
 "A grande dificuldade em se sentir empatia por quem não conhecemos explica também em parte por que motivo ainda há tantas pessoas que dizem respeitar os animais, mas continuam a comê-los. Certamente, a maioria das pessoas seria incapaz de continuar a comer animais se associasse aquilo que tem no prato a um rosto ou à personalidade de um ser único e insubstituível. Um ser tão único e tão merecedor do nosso respeito como os cães ou os gatos com que convivemos de perto e que jamais conceberíamos explorar para nossa alimentação."


No que se refere aos porquinhos não é diferente o que acontece.
Poucos, mesmo quando adultos, fazem a associação entre o "pernil" e o animalzinho lindo e cor de rosa dos livros infantis:


Pouquíssimos __ muito menos de nós ainda __ os comeriam se fosse eles próprios a ter que matá-los. A Verdade é que:
 - Para que você consuma qualquer "tipo de carne", um animal foi assassinado, depois de pendurado pelos pés e ter seu peito ou garganta cortado, sangrando até a morte.
- Não é porque não foi a SUA mão que desferiu o golpe, que você não faz parte desta cadeia de atos.
- Da mesma forma que se você compra um produto roubado, você comete o CRIME de receptação.
- Presume-se que o comprador final SAIBA a procedência do "produto" ...


Há muito que a ciência reconheceu a extrema inteligência destes animais.
Um porquinho adulto tem inteligência comparável à de uma criança de aproximadamente 3 anos de idade.
Se lhes é dada a oportunidade de viver de forma natural, são animais extremamente limpos, afetuosos e capazes de estabelecer relações de profunda amizade com o homem.
Há quem tenha reconhecido que os porquinhos podem ser maravilhosos animais de companhia, capazes de atos de bravura e lealdade para com seus "donos", como foi o caso da porquinha fêmea que atraiu a atenção da vizinhança nos EUA quando sua amiga humana teve um enfarte dentro de casa, colocando-se bem no meio da rua entre os carros. Os vizinhos, estranhando o comportamento do animal, a quem conheciam, acudiram em socorro da velha senhora inconsciente dentro de sua própria casa. Não fosse a porquinha, certamente sua tutora teria morrido, sem atendimento médico.
 

Infelizmente a sociedade humana retirou destes animais toda a sua condição de seres sencientes, condenando-as à morte como mercadoria para a mesa humana.
Se um deles pudesse se fazer ouvir, com certeza nos diria: "Meu nome não é "pernil". (Nem bacon, nem mortadela, nem linguiça, nem presunto).
"Eu sou um PORQUINHO e QUERO VIVER, tanto quanto VOCÊ!"
 Estes mesmos animais, capazes de tantas demonstrações de afeto e inteligência, hoje são submetidos a condições abjetas e aterradoras por seus "criadores":











Você que se deu ao trabalho de ler o que foi escrito até aqui, neste pequeno artigo, com certeza não gostará de saber o que é feito com estes pequenos:



Navarra | Granjas de cerdos - Pig farms from IgualdadAnimal | AnimalEquality on Vimeo.


Consulte farto material sobre o que é a hoje (inconcebivelmente aterradora) realidade da criação de porquinhos para consumo humano em: Animals Australia



Este material faz parte de um projeto de conscientização permanente, divulgado intensamente antes do período dos festejos natalinos.
Infelizmente, e por "tradição"/hipnose coletiva, o porquinho acaba se tornando o "prato" das ceias natalinas de muitos, e seu corpinho acaba sendo o que muitos consideram "o centro da mesa" em memória a Jesus.

Há muitos que acreditam pode provar por recurso a documentos históricos que Jesus era vegetariano, assim como os primeiros cristãos:

http://www.elmundo.es/cronica/2003/385/1046615205.html

Neste Natal, faça diferente.Na verdade, comece desde hoje ....
Tenho certeza de que você irá se sentir muito melhor com você mesmo.


Faça diferente. Algo bem mais compatível com o nascimento do Mestre, a quem o Natal supostamente faz referência.
Ao invés de comer seus irmãos ou de gastar muito dinheiro com presentes sem fim, presenteie Aquele a cuja memória deveríamos honrar com nossos ATOS, não apenas neste, mas em como todos os dias de todos os anos de nossas curtas vidas.
Considere a possibilidade de aderir ao vegetarianismo/veganismo. Desde já.
A única atitude eticamente coerente para quem de fato ama animais, e não apenas cães e gatos.

Conheça o que você come - BACALHAU


Comer bacalhau nas ceias de fim de ano é um costume que herdamos dos portugueses.
Cerca de 30% do bacalhau pescado na Noruega é consumido no Brasil, sobretudo no fim de ano.
O que talvez poucas pessoas saibam é que esta é uma espécie hoje ameaçada de extinção devido à sobrepesca.
Livre na Natureza, quando não capturado, o bacalhau é capaz de viver por cerca de 20 anos, sendo capaz de atingir cerca de 1,80 m de tamanho.
Uma das "piadinhas" em circulação no Brasil é afirmar que jamais alguém foi capaz de ter visto uma "cabeça de bacalhau".
Isto se deve ao fato de que o Gadus morhua, nome científico do verdadeiro bacalhau, não existe no País. Além disso, após ter as vísceras retiradas, o bacalhau passa por um processo pelo qual é retirada em média 50% da sua umidade, processo no qual também é retirada a sua cabeça.
Claro, como todo e qualquer animal, o bacalhau tem cabeça e é um peixe extremamente belo e longevo.
Entretanto, talvez seja mais cômodo para alguns imaginá-lo como uma "coisa preparada e salgada", à qual não se concede o estatuto de ser vivo.



Houve uma época em que foi considerada quase impossível a sua extinção, dada à alta taxa de fertilidade das fêmeas.
Assim, por exemplo, em 1858, J. Smith Homans, em sua Enciclopédia de Navegação Comercial, chegou a afirmar que o bacalhau seria "uma espécie de peixe ... impressionantemente prolífico. Leewen-Hoek contou nove milhões trezentos e oitenta e quatro mil ovos em um bacalhau-fêmea de tamanho médio – um número que frustrará quaisquer esforços feitos pelo homem no sentido de exterminá-lo."


 Nada mais FALSO 

Em 2001 foi emitido um alerta, segundo o qual o bacalhau já era considerado por muitos cientistas e organizações internacionais de preservação da natureza, uma espécie ameaçada de extinção devido à pesca excessiva.
http://www.bacalhau.com.br/morhua.htm

Segundo aquele alerta nunca a população deste animal havia estado em níveis tão reduzidos como os de então. Cientistas estimavam a então "reserva" em 70.000 toneladas do peixe adulto, fato considerado alarmante se comparado às 250 mil toneladas em 1960. Segundo os relatórios apresentados na época o nível mínimo "de estoque" para garantir a sobrevivência da espécie seria de 150 mil toneladas.
http://www.bacalhau.com.br/morhua/codquota.htm
http://www.bacalhau.com.br/morhua/northsea.htm

Estes fatos levaram a Comissão Européia a criar fortes restrições à sua pesca.













Este fato mesmo provavelmente explica porque hoje 5 peixes diferentes, importados da Noruega e de outros países, são vendidos no Brasil com a denominação de "bacalhau", embora apenas dois posam tecnicamente receber a denominação "bacalhau" - Atlantic Cod Gadus morhua e o Pacific Cod Gadus macrocephalusm, natural do Oceano Pacífico.
Para maiores informações sobre o risco de extinção do bacalhau sugiro a leitura do pequeno artigo postado pelo Centro Vegetariano:

http://www.centrovegetariano.org/Article-333-bacalhau%2Bem%2Bvias%2Bde%2Bextin%25E7%25E3o.html



Independentemente da ameaça de extinção, que só serve de grave preocupação para os exploradores da morte destes animais (leia-se Noruega) e as grandes indústrias pesqueiras, bem como para todos aqueles que trabalham na "indústria pesqueira" __ que indústria? que nada fabrica, apenas suprime as suas vidas! __ o fato é que este formoso animal, que vive em cardumes, com certeza não nasceu para virar comida no prato de ninguém e ter a sua existência natural de 20 anos interceptada geralmente em torno dos 2 anos de idade.

Acredito e afirmo que, tal como qualquer outro ser vivente, com certeza ele deve ter sua agenda própria de interesses e o desejo de sobrevivência com certeza a preside.

 

O fato de uma espécie nascer nos oceanos, não a transforma em "pesca" nem autoriza a sua matança.

Afinal, se amamos tanto aos golfinhos e baleias, porque nos servimos dos peixes em nossa
mesa?



Cristo, o Mestre cujo nascimento o mundo comemora no dia 25 de dezembro, dia correspondente ao equinócio de verão no hemisfério norte, é muito MAIOR do que meras religiões.
Como será que Ele seria melhor honrado senão sendo mantido VIVO em Sua mensagem ao mundo?
Mesmo o Antigo Testamento está cheio de alusões à compaixão e à misericórdia de que Ele tentou nos lembrar:
"Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos."
A data escolhida para celebrar seu nascimento é muito significativa: além de incorporar a festa pagã por estratégia política da então iniciante igreja católica, a data se refere ao dia em que a LUZ mais se faz presente sobre o planeta terra.
A partir de hoje e no próximo Natal e Fim de Ano faça diferente: Celebre a VIDA em sua mesa e não a MORTE.
Faça parte deste hoje ainda pequeno grupo que trabalha pela volta da LUZ e da Compaixão ao planeta Terra.
Considere a opção do vegetarianismo/veganismo.
O planeta está morrendo, um pouco a cada dia.
Por absoluta falta de Amor.



Namaste.

Obs: No Brasil, segundo as leis em vigor, os peixes são considerados "recursos pesqueiros", e não fauna, não gozando portanto de qualquer forma de proteção, por mínima que seja. Dada esta "configuração" das leis brasileiras, é hoje IMPOSSÍVEL criar sequer qualquer tupo de moratória para a pesca, diante das barreiras inquebrantáveis criadas pela estupidez do governo do país.

Norah André

Nota: texto inicialmente postado em 01 de dezembro de 2011, no blog da Weeac Brasil

Leitura recomendada para quem gosta de comparar a vida mental dos peixes com a dos pés de alface


O Psychology Today em matéria de divulgação ampla escrita por Marc Bekoff, em publicação de 2010, faz referência ao livro da renomada cientista Victoria Braithwaite, chamado "Do fish feel pain?" (os peixes sentem dor?).
Depois de examinadas extensas pesquisas científicas e seus dados, a resposta da cientista é um convincente SIM.
Mais que isso: na verdade, segundo Braithwaite, há evidências mais fortes da dor que os peixes experimentam do que da dor experimentadas por recém-nascidos humanos ou bebês prematuros.

"I have argued that there is as much evidence that fish feel pain and suffer as there is for birds and mammals -- and more than there is for human neonates and preterm babies." (page 153).

Mark Bekoff é ele próprio um cientista altamente bem conceituado que há anos faz pesquisas e publicações relacionados à senciência animal, Nas extensas pesquisas e revisão da literatura especializada que fez em 2007 coletou inequívocas evidências de que os peixes e diversos outros animais marinhos sentem dor, medo, tem vida emocional própria e merecem ter esta condição reconhecida por parte do homem.
Seu artigo, embora mais técnico, merece a leitura de quem realmente se interessa pelo tema:
Mark Bekoff

Também citando o livro de divulgação mais popular de Victoria Braithwaite, o Discovery News em publicação para o público leigo, afirma ter fortes evidências de que também siris, caranguejos, lagostas e até mesmo ostras tem terminações nervosas e estruturas cerebrais que fazem com que sejam capazes de experimentar dor e sofrimento.
Research - Fish feel pain too

Ainda segundo Braithwaite, sabe-se hoje com garantia que os peixes são cognitivamente muito mais sofisticados do que consumávamos pensar, sendo que algumas espécies deles tem formas extremamente desenvolvidas de cognição.

“We now know that fish actually are cognitively more competent than we thought before — some species of fish have very sophisticated forms of cognition.”

Fartas referências técnicas e científicas sobre a anatomia do sistema nervoso dos peixes podem ser encontradas sintetizadas nesta publicação inglesa:
Fish Sentience

O site dispõe de farto material para consulta e é altamente recomendado para um estudo preliminar mais aprofundado deste tema. Em 1980, a partir de solicitação da RSPCA, foi elaborado um relatório denominado Medway Report, que concluiu textualmente que: "Em face das evidências consideradas ... recomendamos que, em se tratando de animais vertebrados (mamíferos, pássaros, répteis, anfíbios e peixes), todos sejam considerados como capazes de experimentar sofrimento, sejam eles de "sangue quente" ou "sangue frio"." Estes fatos nos levam a comparar a pesca com a caça e igualmente condená-los como crueldade, a título de "esporte". Hoje mesmo aqueles que consideram a pesca aceitável, concordam que se deve dar aos peixes a mesma proteção oferecida a outros animais considerados "comida" pelo homem, uma vez que já ficou estabelecido cientificamente o fato de que seus corpos possuem estruturas responsáveis pela dor, medo e outros sentimentos mais complexos.
http://www.acuteangling.com/Reference/C&RMortality.html

As evidências apontam igualmente para o fato de que o atual costume de pescar e depois devolver à água é igualmente objetável, já que a dor causada pelo ferimento do anzol deixa os peixes com dores incapacitantes, vulneráveis a seus predadores pelo sangramento que experimentam, além de muitas vezes incapacitá-los para se alimentar subsequentemente.

 A se considerar também o fato de que o próprio Parlamento Europeu foi obrigado a acatar e reconhecer a senciência dos peixes:
http://www.acompassionateworld.org/2010/06/european-parliament-recognises-fish-are-sentient/

Estes fatos que tentei expor da forma mais objetiva possível tem fortes implicações para a ética humana e a forma como nos alimentamos.

Refutam e põem por terra qualquer argumentação falaciosa que tente comparar os peixes a pés de alface.

Namaste



(pequena publicação, a título de consulta e esclarecimento fundamental, inicialmente postada no blog da Weeac Brasil, em 03 de dezembro de 2011) 
Norah André

domingo, 27 de maio de 2012

Tristes indagações

REFLEXÃO

É claro que estamos muito satisfeitos com a possibilidade dos perpetradores de crimes contra cães e gatos neste país serem levados à prisão por seus crimes.

Na verdade, contamos com que a letra saia do papel e se cumpra como realidade. E, nas localidades em que ainda não se conseguiu a criação de delegacias especializadas contra crimes contra os animais __ o que infeliz e despudoradamente é o caso aqui do Rio de Janeiro __ ,que sejam criados imediatamente mecanismos operacionais para que as leis sejam efetivadas.

Infelizmente, consultada as leis em vigor no Brasil, sei, por antecipação, que a tão proclamada conquista de penas que variam de 1 a 4 anos de prisão, jamais se concretizarão em tempo de cárcere , quando se tratar de determinar a pena para um determinado criminoso, já julgado. A menos se revogue um dispositivo do atual código penal em que se determina que quando a pena é de 1 a 4 anos (de número 44 ponto alguma coisa), ela será automaticamente convertida em medidas alternativas (pagamento de multas, serviços à comunidade etc.). Quisessem os senhores juristas fazer valer a vontade da população, a pena teria necessariamente que ser determinada como sendo de 2 a 5 anos. Aí sim, veríamos estes criminosos covardes vendo o sol nascer por trás de grades... 
Mas disto todos preferem não falar ....
A euforia está por toda parte, até que as pessoas "caiam na real".


Entretanto, e muito além disso, ficam aqui algumas observações.


Ainda não conheço o conteúdo do projeto aprovado pela Comissão de juristas e que passou pelo Congresso Nacional.
Ficam as indagações.
- Como foi definido o conceito de "animal"?
- Tornou-se exclusivo de "animais domésticos"?
- Como ficam TODOS os demais animais?
- Qual passa a ser o tratamento e o entendimento jurídico acerca dos animais explorados e torturados nas vaquejadas e rodeios?
- Deixam de ser "animais"? Gozam de alguma proteção jurídica, ou ficaram com isso definitivamente excluídos da condição de "animais"?



- Como ficam os animais aprisionados em zoológicos ou torturados e abusados em circos?
- Qual passa a ser a situação dos animais silvestres?

- No caso da experimentação animal , a nova lei só considera como crime o que for feito a cães e gatos exclusivamente?
E os primatas, porquinhos e outros animais torturados pelos "cientistas" e "professores" nas salas de aula de todo o país? Quem define quando existem ou não métodos substitutivos?

- E os animais hoje ainda considerados "pratos" de comida pelas leis brasileiras?
Perderam com isto a oportunidade e a última esperança de seu óbvio reconhecimento como seres sencientes?



- Pode-se mutilar e ferir um carneiro ou um porquinho, mas não a um cachorro?
- Pode-se fabricar o foie-gras, ou os patos e gansos foram rebaixados a "coisas" inertes e      degustáveis?
- Pode-se continuar a matar um bezerrinho de cerca de 5 dias de idade e vendê-lo como "vitela"?

- Como fica a questão do sacrifício de animais?
  Passa a ser crime também, ou não?
  Poderão continuar a ser oferecidos como "mercadoria ritualística" nos mercadões?

- Como fica o caso dos burros, dos jegues e dos cavalos usados como "tração"?

E os coelhos e chinchillas, podem ser esfolados vivos ainda, para o comércio de suas peles?



- Do ponto de vista do abolicionismo e dos direitos animais, embora eu comemore a proteção oferecida a cães e gatos __ é claro __, nos chamados crimes individuais, praticados por pessoas físicas individualmente __ no caso disto vir a acontecer, repito __, lastimo e me preocupa muitíssimo com o que, em contrapartida, foi retirado dos demais animais.

Terá sido definitivamente decretada a sua coisificação?
E a oficialização de sua exploração?
Foi institucionalizado um sub-especismo (um especismo interno ao especismo original?)

É inegável que quando se recorta e privilegia uma fatia de uma única realidade, uma outra é imediata e inexoravelmente deixada de lado e excluída daquele conjunto de "considerações".

Norah André

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Possa LOGO chegar o dia .............


Muitas pessoas na Manifestação do dia 28 de abril no Rio e diversas pessoas ligadas ao Cadeia nos pediram uma cópia do texto lido no encerramento da manifestação no Arpoador.
Trata-se de um texto que um dia, por sugestão da Wania McCartney, eu decidi escrever por um simples motivo: enquanto conversávamos, nos demos conta de que na verdade não existe uma prece pelos animais, já que a oração de São Francisco é,  na verdade, bastante genérica, dirigida mais aos homens do que propriamente aos animais não-humanos.



Não considero este texto uma oração, no sentido rigoroso do termo.
Mesmo porque acredito que pessoas que lutam pela LIBERTAÇÃO ANIMAL, não importa se ateus, agnósticos, ou de qualquer credo religioso, reconhecerão aqui o que com certeza gostariam de ver materializado como realidade planetária.

Como pensamento e palavra são talvez as 2 formas mais poderosas de construir realidades, acredito que o texto nos aproxima e reúne, fortalecendo os laços entre os abolicionistas dos direitos animais.

Tem sido este o ponto de partida para muitos de nós, na nossa Corrente de Mentalização pela VIDA, todas as quartas-feiras, de 21:30 às 22:00 hs. Da qual gostaríamos que cada vez pessoas participassem.
Norah




 Possa LOGO chegar o dia .... 


POSSA LOGO CHEGAR
O DIA EM QUE TODOS OS SERES SENCIENTES QUE HABITAM O PLANETA ESTARÃO LIVRES DE SOFRIMENTO.

POSSA LOGO CHEGAR O DIA
EM QUE A HUMANIDADE DEIXARÁ PARA TRÁS A IGNORÂNCIA DA ESRAVIDÃO A QUE SUBMETE OS ANIMAIS.

POSSA LOGO CHEGAR O DIA
EM QUE OS ANIMAIS NÃO SERÃO MAIS TORTURADOS EM PESQUISAS, EM LABORATÓRIOS OU EM UNIVERSIDADES

POSSO LOGO CHEGAR O DIA
EM QUE NÃO SE VERÁ MAIS ANIMAIS APRISIONADOS EM JAULAS E GAIOLAS.

POSSA LOGO CHEGAR O DIA
EM QUE NÃO HAVERÁ MAIS MATADOUROS OU ANIMAIS CRIADOS PELO HOMEM COM O UNICO INTUITO DE ABATÊ-LOS E DELES SE SERVIR COMO ALIMENTO.

POSSA LOGO CHEGAR O DIA
EM QUE O HOMEM NÃO MAIS OS CAÇARÁ OU MANTERÁ PRISIONEIROS EM CIRCOS OU ZOOLÓGICOS.

POSSA ESTAR PRÓXIMO O DIA
EM QUE AS TOURADAS E RODEIOS SERÃO APENAS UMA MEMÓRIA DE UM PASSADO HÁ MUITO DEIXADO PARA TRÁS.

POSSA LOGO CHEGAR O DIA
EM QUE O HOMEM COMPREENDERÁ QUE NÃO PRECISA DES SEUS CORPOS PARA SE VESTIR

POSSA ESTAR BEM PRÓXIMO O MOMENTO
EM QUE A HUMANIDADE COMPREENDERÁ O VALOR DE SUAS VIDAS E A IGUALDADE DOS SEUS DIREITOS À FELICIDADE.

POSSA ESTAR BEM PRÓXIMO O DIA
EM QUE A HUMANIDADE COMPREENDERÁ A SUA ATRIBUIÇAO E RESPONSABILIDADE EM RELAÇAO AOS SERES NÃO HUMANOS DA CRIAÇÃO.

NESTE DIA O HOMEM COMPREENDERÁ QUE A SUA LIBERTAÇÃO É NECESSÁRIA
E SE TORNARÁ O SEU GUARDIÃO.

POSSAM OS CORAÇÕES HUMANOS SER TOCADOS PELA COMPAIXÃO
E REALIZAR A TÂO ESPERADA COMPREENSÃO DE QUE TODOS SOMOS UM, INDEPENDENTEMENTE DA FORMA EXTERNA QUE NOS MANIFESTAMOS.

NESTE DIA OS ANIMAIS ESTARÃO LIVRES DA INDGNIDADE, DA HUMILHAÇÃO DA EXPLORAÇÃO, DO MEDO, DA VIOLÊNCIA, DO TERROR, DA MORTE PROVOCADA E DO ABANDONO.

NESTE DIA OS SEUS CORPOS LHES PERTENCERÃO POR DIREITO NATURAL
E O HOMEM SERÁ O ZELADOR DE SUA FELICIDADE.

ATÉ QUE ESTE DIA CHEGUE, SOB A FORMA DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA UNIVERSAL, EU ME COMPROMETO, DIANTE DO UNIVERSO, A SER O GUARDIÃO DOS MEUS IRMÃOS NÃO HUMANOS.

A SER A SUA VOZ EM MEIO AOS HOMENS
E A MEMÓRIA QUE LEMBRA E HONRA TODOS AQUELES SERES SENCIENTES, QUE PADECERAM ANTES, NO CAMINHO.

Namaste.





Fiz também uma versão em língua inglesa, gravada na voz de Dawn Groth, no caso de alguém querer
compartilhá-la:

:

segunda-feira, 12 de março de 2012

O que nos querem dizer quando falam em abate humanitário? - por Sergio Greif



Em se tratando de falsificação da Verdade e desprezo pela Ética, nada mais triste do que o conceito de "abate humanitário".
Faço esta postagem hoje como uma espécie de recadinho à WSPA Brasil e aos bem estaristas de plantão no Brasil.
Que, aliás, continua BEM QUIETINHA no que diz respeito à exportação de animais VIVOS pelo Brasil e no caso da tragédia anunciada dos JEGUES brasileiros.
"Abate Humanitário"???????????????????

 DESAFIO vindo de um cineasta francês: OLHE nos olhos desta VAQUINHA durante o o ABATE para chegar à sua mesa. Espero honestamente que quem argumenta em termos de "cadeia alimentar", ignorando a OPÇÃO que o homem TEM, ao contrário dos animais selvagens, sinta-se suficientemente mal e que repense sua relação com aquilo que ainda considera sua "comida" por direito divino (?!).

 


O que nos querem dizer quando falam em abate humanitário?

 De acordo com certa definição, abate humanitário é o conjunto de procedimentos que garantem o bem-estar dos animais que serão abatidos, desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.

 Humanitário . . . bem-estar . . . palavras muito fortes e que não refletem o que realmente querem dizer. Termos como “humanitário” e “bem-estar” deveriam ser aplicados apenas nos casos em que buscamos o bem do indivíduo, e não para as situações em que procuramos matá-lo de alguma forma.

 Quando enviamos ajuda humanitária à Africa não estamos enviando recursos para que os africanos possam se matar de uma forma mais rápida e menos dolorosa. Não estamos pensando: “Bem, aquele continente vive na miséria, cheio de fome, doenças e guerras, vamos resolver isso matando-os”. Ajuda humanitária significa alimentos, água, remédios, cobertores . . . intervenções realmente em benefício daqueles indivíduos.


Quando falamos em bem-estar social, bem-estar do idoso, bem-estar da criança, não estamos pensando em outra coisa senão proporcionar o bem a essas pessoas. Jamais pensamos em métodos de matá-los com menos sofrimento, porque isso seria o contrário de bem-estar, seria o contrário do que consideramos humanitário.

 Por isso, quando escutamos alguém falar em “abate humanitário”, isso soa como um contra senso. A primeira palavra representa algo que vai contra os interesses do indivíduo e a segunda encerra um significado que atende aos seus interesses. Igualmente, a idéia de “bem-estar de animais de produção” é um contra senso, pois a preocupação com o bem-estar implica em preocupar-se com a vida, e não visar sua morte ou exploração de alguma forma.

 Essas duas idéias - abate e humanitário - só se harmonizam quando a morte do animal atende aos seus próprios interesses, como no caso em que o animal padece de uma enfermidade grave e incurável e a continuidade de sua vida representa um sofrimento. Nesses casos, a eutanásia, dar fim a uma vida seguindo uma técnica menos dolorosa, pode ser classificada como humanitária, e uma preocupação com o bem-estar.

 As organizações e campanhas que pregam pelo abate humanitário alegam que esse é um modo de evitar o sofrimento desnecessário dos animais que precisam ser abatidos. Mas o que é o “sofrimento necessário” e o que diz que animais “precisam ser abatidos”?



 O abate de animais para consumo não é, de forma alguma, uma necessidade. As pessoas podem até comer carne porque querem, porque gostam ou porque sentem ser necessário, mas ninguém pode alegar que isso seja uma necessidade orgânica do ser humano.

 Porém, se comer carne é hoje uma opção, não comê-la também o é. Se uma pessoa sinceramente sente que animais não devem sofrer para servir de alimento para os seres humanos, seria mais lógico que essa pessoa adotasse o vegetarianismo, ao invés de ficar inventando subterfúgios para continuar comendo animais sob a alegação de que esses não sofreram.


A insensibilização que antecede o abate não assegura que o processo todo seja livre de crueldades, especialmente porque o sofrimento não pode ser quantificado com base em contusões e mugidos de dor. Qualquer que seja o método, os animais perdem a vida e isso por si só já é cruel.






 Caso todo o problema inerente ao abate de uma criatura sensível se resumisse à dor perceptível, matar um ser humano por essa mesma técnica não deveria ser considerado um crime. Caso o conceito de abate humanitário fizesse sentido, atordoar um ser humano com uma marretada na cabeça antes de sangrá-lo e desmembrá-lo não seria um crime, menos ainda matá-lo com um tiro certeiro na cabeça.


 Está claro que a idéia de abate humanitário não cabe, e nem atende aos interesses dos animais. Mas se não atende aos interesses dos animais, ao interesse de quem ele atende?

 A questão é bastante complexa, porque envolve ideologias, forças do mercado, psicologia do consumidor e política, entre outros assuntos. O conceito de abate humanitário atende aos interesses de diferentes grupos (pecuaristas, grupos auto-intitulados “protetores de animais”, políticos, etc.) não necessariamente integrados entre si.

 Pecuaristas tem interesse no chamado abate humanitário porque ele não implica em gastos para o produtor, mas investimentos que se revertem em lucros. A carne de animais abatidos “humanitariamente” tem um valor agregado. O consumidor paga um preço diferenciado por acreditar que está consumindo um produto diferenciado. Possuir um selo de “humanidade” em sua carne significa acesso a mercados mais exigentes, como o europeu. Além disso, verificou-se cientificamente que o manejo menos truculento dos animais reflete positivamente na qualidade do produto final, portanto, mudanças nesse manejo atendem aos interesses do pecuarista pois melhoram a produção e agregam ao produto.


Os chamados protetores de animais tem interesses no abate humanitário, mas não porque este é condizente com o interesse dos animais. Em verdade esses “protetores“ não se preocupam com animais, talvez sim com cães e gatos, mas não com animais ditos “de produção”. Esses “protetores de animais” não os protegem, eles os criam, depois os matam e depois os comem. Eles podem não criá-los nem matá-los, mas certamente os comem e mesmo quando não o fazem por algum motivo, não se opõe a que outros o façam. 


“Protetores de animais” lucram com o conceito de abate humanitário, pois isso lhes rende a possibilidade de fazerem parte do mercado. Há entidades de “proteção” animal que se especializaram em matar animais. Sob a pretensão de estarem ajudando aos animais, elas mantém fazendas-modelo onde pecuaristas podem aprender de que forma melhorar sua produção de carne, leite e ovos e de que forma matar animais de uma maneira mais aceitável pelo ponto de vista do consumidor comum. Podem também lucrar servindo como consultores em frigoríficos.

 Simultaneamente, essas entidades fazem propaganda no sentido de convencer o consumidor de que todo o problema relacionado ao consumo de carne encontra-se na procedência da carne, na forma como os animais são mortos, e não no fato de que eles são mortos em si. A fórmula é muito bem sucedida, pois essas entidades acabam gozando de bom prestígio entre pecuaristas e consumidores comuns, não se opondo a quase ninguém. Políticos vêem na aliança com essas entidades a certeza de reeleição, e por isso elas contam também com seu apoio.


Exercendo seu poder para educar as pessoas ao “consumo responsável” de carne, essas entidades não pedem que as pessoas façam nada diferente do que já faziam. Elas não propõe uma mudança de fato em favor dos animais, pois os padrões de consumo da população mantêm-se os mesmos e os animais continuam a ser explorados. A diferença está no fato de que essas campanhas colocam a entidade em evidência. A entidade se promove, deixando a impressão de que ela faz algo de realmente importante em nome de uma boa causa. Dessa forma as pessoas realizam doações e manifestam seu apoio, ainda que sem saberem ao certo o que estão apoiando.



 Com a carne abatida de forma “humanitária”, o consumidor se sente mais a vontade para continuar consumindo carne, pois o incômodo gerado pela idéia de que é errado matar animais para comer é encoberta pela idéia de que, naqueles casos, os animais não sofreram para morrer. E o pecuarista lucra mais porque pode cobrar um preço maior por seus produtos, bem como colocar seus produtos em mercados mais exigentes.

 De toda forma, os interesses desses grupos não coincide com os interesses dos animais, e por esse motivo não faz sentido que esses grupos utilizem nomenclaturas tais como como 'bem-estar' e 'humanitário', que podem vir a dar essa impressão.



Entidades que promovem o abate humanitário não protegem animais, mas sim promovem sua exploração. Elas estão alinhadas com os setores produtivos, que exploram os animais e não com os animais. Se elas protegessem animais trabalhariam pelo melhor de seus interesses. Seriam eles mesmos vegetarianos e não consumidores de carne. No entanto, adotando sua postura e sua retórica, não desagradam a praticamente ninguém, e dessa maneira enriquecem e ganham influência.


Entidades que realmente promovem o bem dos animais se esforçam em ensinar às pessoas que animais jamais devem ser usados para atender às nossas vontades. Elas devem se posicionar de forma clara a mostrar que comer animais não é uma opção ética, e que não importa que métodos utilizemos de criação e abate, isso não mudará a realidade de que animais não são produtos e que o problema de sua exploração não se limita à forma como o fazemos.

 Ainda que uma campanha pelo vegetarianismo provavelmente conte com menos popularidade e menor adesão da população, até porque isso demanda uma mudança verdadeira na vida das pessoas, certamente uma campanha nesse sentido atende ao interesse real dos animais.

 Ainda que reconhecendo que abater animais com menos crueldade é menos ruim do que abatê-los com mais crueldade, repudiamos que o abate que envolve menor crueldade seja objeto de incentivo. Eles não deveriam ser incentivados, premiados, promovidos ou elogiados, porque um pouco menos cruel não é sinônimo de sem crueldade, e só porque é um pouco mais controlado não quer dizer que é certo ou correto.




Sobre o autor:
Sérgio Greif - Biólogo formado pela UNICAMP, mestre em Alimentos e Nutrição com tese em nutrição vegetariana pela mesma universidade,ativista pelos direitos animais, vegano desde 1998, consultor em diversas ações civis publicas e audiências públicas em defesa dos direitos animais.
Co-autor do livro "A Verdadeira Face da Experimentação Animal: A sua saúde em perigo" e autor de "Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação: pela ciência responsável", além de diversos artigos e ensaios referentes à nutrição vegetariana, ao modo de vida vegano, aos direitos ambientais, à bioética, à experimentação animal, aos métodos substitutivos ao uso de animais na pesquisa e na educação e aos impactos da pecuária ao meio ambiente, entre outros temas.
Membro fundador da Sociedade Vegana.

sábado, 10 de março de 2012

VERGONHAS BRASILEIRAS da semana - GENOCÍDIO altamente lucrativo?





O Brasil (leia-se os "comandantes" do Brasil) esta semana se superou em barbaridade e despropósitos. Dois ESCÂNDALOS varreram o mundo, enquanto a midia nacional ficava bem quietinha ....
O primeiro deles refere-se à MORTE LENTA em alto-mar de um "carregamento" de boizinhos que partiu da Amazônia para o abate no Oriente Médio, hoje denunciado internacionalmente como o tipo mais BÁRBARO, CRUEL e ODIOSO de que o mundo tem notícia.
Lá os animais são mantidos conscientes e são degolados uns em frente aos outros, impiedosamente.


Não que eu considere qualquer tipo de abate aceitável. Muito pelo contrário.
Mas, além do HORROR que experimentam em seus momentos finais, os animais transportados VIVOS por longas distâncias, em navios, estão sujeitos a um grande TERROR adicional: o transporte em condições absolutamente INDIGNAS e REPULSIVAS: aglomerados, sem água e sujeitos a todo tipo de indignidade, muitos morrem já no trajeto, depois de um grande e lento sofrimento.

Pois bem: foi exatamente ISSO o que aconteceu com cerca de 3 MIL boizinhos embarcados no navio egípcio Gracia del Mar.
Os demais ficaram DIAS entregues à própria sorte, cercados dos corpos em putrefação de seus companheiros no NAVIO da MORTE. Uma forte tempestade parece ter provocado danos ao navio,provocando avarias em seu sistema de ventilação.
Antes disto, o sofrimento já era IMENSO, com baixíssimas temperaturas. Esta combinação de fatores resultou na morte rápida de cerca de 3 mil animais.
Os demais foram abandonados à própria sorte, já que nenhum porto se dispunha a recebê-los, pelo medo de contaminação em função dos animais em putrefação.
Foram dias e dias de HORROR para os animais sobreviventes.
NEM UMA ÚNICA LINHA sobre isto foi publicada na imprensa brasileira.
Enquanto isso, o caso foi notícia e ESCÃNDALO em todo mundo. AQUI não se disse uma palavra sobre a tragédia.
http://www.examiner.com/sustainable-living-in-new-york/doomed-cattle-ship-not-allowed-to-dock-on-red-sea

http://www.farmersguardian.com/home/latest-news/thousands-of-cattle-dying-at-sea/45326.article 
http://egyptunbound.blogspot.com/2012/03/cattle-dying-in-egypts-suez-canal.html 
http://www.ciwf.org.uk/news/transport_of_live_animals/dying_cattle_stranded_on_red_sea_ship.aspx 

http://newscliptv.com/hot/dyingcattle.html

O MÁXIMO que tivemos foi uma nota OMISSA, OFENSIVA, DISTORCIDA e PARCIAL:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1057741-bois-que-seriam-exportados-para-o-egito-morrem-em-navio.shtml

Foi necessária a intervenção de uma ONG do Reino Unido, a Compassion in World Farming, para que o fato chegasse ao conhecimento dos brasileiros. Esta sim, mobilizou-se e iniciou rapidamente uma campanha pela intervenção das autoridades brasileiras. Sem respostas.

A intervenção da Compassionate in World Farming permitiu, depois de mais de 40 mil e-mails de cidadãos de todo o mundo, que os animais restantes fossem finalmente desembarcados.
Entretanto, infelizmente, não se conseguiu até aqui qualquer informação acerca de para onde terão sido encaminhados.
 Ou seja, não se sabe que tipo de VIAGEM & MORTE SANGRENTA enfrentarão ainda pela frente.







Depois desta tragédia, em que os animais sobreviventes ficaram sem socorro, por dia, enquanto os países se recusavam a desembarcá-los ou a lhes oferecer qualquer tipo de atendimento veterinário mínimo, foi criada uma petição internacional dirigida à World Organisation for Animal Health (OIE), para que isto NUNCA MAIS volte a acontecer. Por favor, assinem e compartilhem, em caráter de URGÊNCIA a petição neste sentido da PETA UK, que se dispôs a fazer o que as grandes ongs brasileiras teriam tido o DEVER de FAZER!
http://action.peta.org.uk/ea-action/action?ea.client.id=5&ea.campaign.id=14276&ea.tracking.id=pukaeadv&forwarded=true

Como mulher e como brasileira, senti-me ENVERGONHADA.
E transtornada, por empatia, ao sequer tentar imaginar pelo que passaram estes pobres animais.  Este é o DESTINO dos animais exportados VIVOS para o exterior.
Seja pelo Brasil, seja pela Austrália, seja por que país for.
Esta "indústria" CRIMINOSA é responsável pelo SOFRIMENTO MÁXIMO de milhares de seres sencientes que, ou MORREM de EXAUSTÃO, SEDE,  TERROR, CALOR ou pela AGLOMERAÇÂO ainda dentro do navio, OU São ABATIDOS das formas mais VIS de que se possa ter notícia.
ISTO __ o embarque de seres vivos para a MORTE no Oriente __ tem causado ESCÂNDALO em todo o mundo.
Populações, conselhos de veterinários mundo afora se reúnem para tentar IMPEDIR que este HOLOCAUSTO, "muito lucrativo" para uma meia dúzia de empresários-genocidas, prossiga.

http://legalaction4animalrights.net/2012/03/05/veterinarians-form-new-group-opposing-live-export/


POIS BEM: o HORROR da SEMANA não se encerrou aí.


Não bastasse o que JÁ ACONTECE aqui no Brasil, com a exportação de boizinhos VIVOS para o Oriente  __ inovação recente nas "artes negras" do HOLOCAUSTO ANIMAL __ agora o atual governo e seus associados pretende fomentar a CHACINA dos JEGUES do nordeste, "uma vez que foram substituídos por motocicletas" (japonesas).

Foi NESTES TERMOS que a imprensa divulgou o "acordo em andamento":
http://oglobo.globo.com/economia/jumento-tipo-exportacao-4235052








VIDAS, e não "coisas"
ANIMAIS, e não "gado"
Animais não são mercadoria, não são sintéticos e não são "comida".
E não "brotam" em pedaços para ser embalados. Ou, se suficientemente bem "embalados", chegam ilesos ao destino final de transporte.
O que se vê embalado nos supermercados são pedaços esquartejados de seus corpos, um dia VIVOS e com sangue correndo pelas veias.
Capazes de sentir,. dor, medo, amor, e apego à VIDA e a seus filhos, tanto quanto nós.
E MAIS: ainda que alguns duvidem, vacas, bois, galinhas, porquinhos, perus, patos, carneirinhos, jegues, são ANIMAIS, tanto quanto cães, gatos, cavalos, macacos e humanos.
Mesmo que os bem estaristas digam o oposto, já que servem aos interesses dos humanos e não ao dos animais..
Como um dia alguém disse, "não como nada que tenho olhos".
E outro disse: "não como nada que tenha filhos".
Digo eu: não como meus irmãos menores da Criação.



Lamentavelmente, em certos momentos não há como deixar de ser CLARO e nos referirmos aos "parâmetros" que o atual governo exercita.
Despudorados, impiedosos, anti éticos e , porque não, dizer, INDECENTES.
Tudo em nome do "progresso" e do lucro. De muito poucos. Os de sempre: ruralistas, pecuaristas e mineradores.
EM DETRIMENTO da VIDA e da HONRA de uma nação.
LUTAR pelos direitos dos animais é ASSUMIR uma posição.
Infelizmente contrária à tendência dominante (política e social).
Sem MEDO de EXPOR FATOS.
Não "impressões" vagas ou preferências. POSIÇÔES ÉTICAS. VALORES.
Embora em desuso, por não serem "lucrativos", VALORES EXISTEM enquanto uma sociedade ainda merecer este nome.
Este é o único motivo pelo qual provavelmente sempre estaremos na contramão da MAIORIA, tornada apática ou comprada pela falsa ótica difundida pela mídia do Brasil.
Que aliás, mostrou-se INCAPAZ de se referir à TRAGÉDIA em alto mar no navio egípcio e cujas referências quase elogiosas ao novo "negócio" relativos aos jegues são de fazer VOMITAR qualquer indivíduo ainda consciente e de plena posse de suas faculdades morais e mentais.
Como diria Darcy Ribeiro, com certeza é melhor LUTAR e perder nestas batalhas, já que seria terrível estar junto dos chamados "vencedores" que promovem estes crimes legalmente sancionados e compartilhados pelo poder público atualmente dirigindo este triste país.
Em minhas mãos não está o sangue da floresta, dos índios, ou dos animais.
E sobre a minha consciência não pesa o TERROR que hoje vigora.
Norah André 


POR FAVOR: ASSINE e COMPARTILHE ao máximo estas 2 petições:


http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N21806

http://www.thepetitionsite.com/481/954/995/ministerio-da-agricultura-congresso-nacional-presidencia-da-republica-ministerio-publico-ministerio/

Sempre lembrando que, no site Petição Pública, temos que VALIDAR nossa assinatura, através do e-mail que será enviado para a nossa caixa de entrada logo a seguir, ou a assinatura não será contabilizada.