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segunda-feira, 12 de março de 2012
O que nos querem dizer quando falam em abate humanitário? - por Sergio Greif
Em se tratando de falsificação da Verdade e desprezo pela Ética, nada mais triste do que o conceito de "abate humanitário".
Faço esta postagem hoje como uma espécie de recadinho à WSPA Brasil e aos bem estaristas de plantão no Brasil.
Que, aliás, continua BEM QUIETINHA no que diz respeito à exportação de animais VIVOS pelo Brasil e no caso da tragédia anunciada dos JEGUES brasileiros.
"Abate Humanitário"???????????????????
DESAFIO vindo de um cineasta francês: OLHE nos olhos desta VAQUINHA durante o o ABATE para chegar à sua mesa. Espero honestamente que quem argumenta em termos de "cadeia alimentar", ignorando a OPÇÃO que o homem TEM, ao contrário dos animais selvagens, sinta-se suficientemente mal e que repense sua relação com aquilo que ainda considera sua "comida" por direito divino (?!).
O que nos querem dizer quando falam em abate humanitário?
De acordo com certa definição, abate humanitário é o conjunto de procedimentos que garantem o bem-estar dos animais que serão abatidos, desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.
Humanitário . . . bem-estar . . . palavras muito fortes e que não refletem o que realmente querem dizer. Termos como “humanitário” e “bem-estar” deveriam ser aplicados apenas nos casos em que buscamos o bem do indivíduo, e não para as situações em que procuramos matá-lo de alguma forma.
Quando enviamos ajuda humanitária à Africa não estamos enviando recursos para que os africanos possam se matar de uma forma mais rápida e menos dolorosa. Não estamos pensando: “Bem, aquele continente vive na miséria, cheio de fome, doenças e guerras, vamos resolver isso matando-os”. Ajuda humanitária significa alimentos, água, remédios, cobertores . . . intervenções realmente em benefício daqueles indivíduos.
Quando falamos em bem-estar social, bem-estar do idoso, bem-estar da criança, não estamos pensando em outra coisa senão proporcionar o bem a essas pessoas. Jamais pensamos em métodos de matá-los com menos sofrimento, porque isso seria o contrário de bem-estar, seria o contrário do que consideramos humanitário.
Por isso, quando escutamos alguém falar em “abate humanitário”, isso soa como um contra senso. A primeira palavra representa algo que vai contra os interesses do indivíduo e a segunda encerra um significado que atende aos seus interesses. Igualmente, a idéia de “bem-estar de animais de produção” é um contra senso, pois a preocupação com o bem-estar implica em preocupar-se com a vida, e não visar sua morte ou exploração de alguma forma.
Essas duas idéias - abate e humanitário - só se harmonizam quando a morte do animal atende aos seus próprios interesses, como no caso em que o animal padece de uma enfermidade grave e incurável e a continuidade de sua vida representa um sofrimento. Nesses casos, a eutanásia, dar fim a uma vida seguindo uma técnica menos dolorosa, pode ser classificada como humanitária, e uma preocupação com o bem-estar.
As organizações e campanhas que pregam pelo abate humanitário alegam que esse é um modo de evitar o sofrimento desnecessário dos animais que precisam ser abatidos. Mas o que é o “sofrimento necessário” e o que diz que animais “precisam ser abatidos”?
O abate de animais para consumo não é, de forma alguma, uma necessidade. As pessoas podem até comer carne porque querem, porque gostam ou porque sentem ser necessário, mas ninguém pode alegar que isso seja uma necessidade orgânica do ser humano.
Porém, se comer carne é hoje uma opção, não comê-la também o é. Se uma pessoa sinceramente sente que animais não devem sofrer para servir de alimento para os seres humanos, seria mais lógico que essa pessoa adotasse o vegetarianismo, ao invés de ficar inventando subterfúgios para continuar comendo animais sob a alegação de que esses não sofreram.
A insensibilização que antecede o abate não assegura que o processo todo seja livre de crueldades, especialmente porque o sofrimento não pode ser quantificado com base em contusões e mugidos de dor. Qualquer que seja o método, os animais perdem a vida e isso por si só já é cruel.
Caso todo o problema inerente ao abate de uma criatura sensível se resumisse à dor perceptível, matar um ser humano por essa mesma técnica não deveria ser considerado um crime. Caso o conceito de abate humanitário fizesse sentido, atordoar um ser humano com uma marretada na cabeça antes de sangrá-lo e desmembrá-lo não seria um crime, menos ainda matá-lo com um tiro certeiro na cabeça.
Está claro que a idéia de abate humanitário não cabe, e nem atende aos interesses dos animais. Mas se não atende aos interesses dos animais, ao interesse de quem ele atende?
A questão é bastante complexa, porque envolve ideologias, forças do mercado, psicologia do consumidor e política, entre outros assuntos. O conceito de abate humanitário atende aos interesses de diferentes grupos (pecuaristas, grupos auto-intitulados “protetores de animais”, políticos, etc.) não necessariamente integrados entre si.
Pecuaristas tem interesse no chamado abate humanitário porque ele não implica em gastos para o produtor, mas investimentos que se revertem em lucros. A carne de animais abatidos “humanitariamente” tem um valor agregado. O consumidor paga um preço diferenciado por acreditar que está consumindo um produto diferenciado. Possuir um selo de “humanidade” em sua carne significa acesso a mercados mais exigentes, como o europeu. Além disso, verificou-se cientificamente que o manejo menos truculento dos animais reflete positivamente na qualidade do produto final, portanto, mudanças nesse manejo atendem aos interesses do pecuarista pois melhoram a produção e agregam ao produto.
Os chamados protetores de animais tem interesses no abate humanitário, mas não porque este é condizente com o interesse dos animais. Em verdade esses “protetores“ não se preocupam com animais, talvez sim com cães e gatos, mas não com animais ditos “de produção”. Esses “protetores de animais” não os protegem, eles os criam, depois os matam e depois os comem. Eles podem não criá-los nem matá-los, mas certamente os comem e mesmo quando não o fazem por algum motivo, não se opõe a que outros o façam.
“Protetores de animais” lucram com o conceito de abate humanitário, pois isso lhes rende a possibilidade de fazerem parte do mercado. Há entidades de “proteção” animal que se especializaram em matar animais. Sob a pretensão de estarem ajudando aos animais, elas mantém fazendas-modelo onde pecuaristas podem aprender de que forma melhorar sua produção de carne, leite e ovos e de que forma matar animais de uma maneira mais aceitável pelo ponto de vista do consumidor comum. Podem também lucrar servindo como consultores em frigoríficos.
Simultaneamente, essas entidades fazem propaganda no sentido de convencer o consumidor de que todo o problema relacionado ao consumo de carne encontra-se na procedência da carne, na forma como os animais são mortos, e não no fato de que eles são mortos em si. A fórmula é muito bem sucedida, pois essas entidades acabam gozando de bom prestígio entre pecuaristas e consumidores comuns, não se opondo a quase ninguém. Políticos vêem na aliança com essas entidades a certeza de reeleição, e por isso elas contam também com seu apoio.
Exercendo seu poder para educar as pessoas ao “consumo responsável” de carne, essas entidades não pedem que as pessoas façam nada diferente do que já faziam. Elas não propõe uma mudança de fato em favor dos animais, pois os padrões de consumo da população mantêm-se os mesmos e os animais continuam a ser explorados. A diferença está no fato de que essas campanhas colocam a entidade em evidência. A entidade se promove, deixando a impressão de que ela faz algo de realmente importante em nome de uma boa causa. Dessa forma as pessoas realizam doações e manifestam seu apoio, ainda que sem saberem ao certo o que estão apoiando.
Com a carne abatida de forma “humanitária”, o consumidor se sente mais a vontade para continuar consumindo carne, pois o incômodo gerado pela idéia de que é errado matar animais para comer é encoberta pela idéia de que, naqueles casos, os animais não sofreram para morrer. E o pecuarista lucra mais porque pode cobrar um preço maior por seus produtos, bem como colocar seus produtos em mercados mais exigentes.
De toda forma, os interesses desses grupos não coincide com os interesses dos animais, e por esse motivo não faz sentido que esses grupos utilizem nomenclaturas tais como como 'bem-estar' e 'humanitário', que podem vir a dar essa impressão.
Entidades que promovem o abate humanitário não protegem animais, mas sim promovem sua exploração. Elas estão alinhadas com os setores produtivos, que exploram os animais e não com os animais. Se elas protegessem animais trabalhariam pelo melhor de seus interesses. Seriam eles mesmos vegetarianos e não consumidores de carne. No entanto, adotando sua postura e sua retórica, não desagradam a praticamente ninguém, e dessa maneira enriquecem e ganham influência.
Entidades que realmente promovem o bem dos animais se esforçam em ensinar às pessoas que animais jamais devem ser usados para atender às nossas vontades. Elas devem se posicionar de forma clara a mostrar que comer animais não é uma opção ética, e que não importa que métodos utilizemos de criação e abate, isso não mudará a realidade de que animais não são produtos e que o problema de sua exploração não se limita à forma como o fazemos.
Ainda que uma campanha pelo vegetarianismo provavelmente conte com menos popularidade e menor adesão da população, até porque isso demanda uma mudança verdadeira na vida das pessoas, certamente uma campanha nesse sentido atende ao interesse real dos animais.
Ainda que reconhecendo que abater animais com menos crueldade é menos ruim do que abatê-los com mais crueldade, repudiamos que o abate que envolve menor crueldade seja objeto de incentivo. Eles não deveriam ser incentivados, premiados, promovidos ou elogiados, porque um pouco menos cruel não é sinônimo de sem crueldade, e só porque é um pouco mais controlado não quer dizer que é certo ou correto.
Sobre o autor:
Sérgio Greif - Biólogo formado pela UNICAMP, mestre em Alimentos e Nutrição com tese em nutrição vegetariana pela mesma universidade,ativista pelos direitos animais, vegano desde 1998, consultor em diversas ações civis publicas e audiências públicas em defesa dos direitos animais.
Co-autor do livro "A Verdadeira Face da Experimentação Animal: A sua saúde em perigo" e autor de "Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação: pela ciência responsável", além de diversos artigos e ensaios referentes à nutrição vegetariana, ao modo de vida vegano, aos direitos ambientais, à bioética, à experimentação animal, aos métodos substitutivos ao uso de animais na pesquisa e na educação e aos impactos da pecuária ao meio ambiente, entre outros temas.
Membro fundador da Sociedade Vegana.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Coisas que possuem Mente - Luciano Carlos Cunha
COISAS QUE POSSUEM MENTE - por Luciano Carlos Cunha
Gosto especialmente da forma como o Luciano Carlos da Cunha trata do assunto. Não deixem de ler, por favor, sobre a "coisificação" e mercantilização dos seres sencientes, fato que até recentemente incluía o "tratamento" dispensado a alguns humanos (negros, mulheres, homossexuais).
Luciano Carlos Cunha
Você já se perguntou o que faz com que alguém seja vendido? É claro. Todos nós vivemos num mundo onde estamos rodeados o tempo todo por coisas que são vendidas. As coisas vendidas são chamadas mercadorias. Nascemos e vivemos tão acostumados com isso que talvez nunca tenhamos parado para pensar para que serve o conceito de mercadoria.
Bom. Para começar, uma mercadoria é um item de propriedade, e como tal, ela tem um dono, um proprietário. Mas, vamos lembrar de onde iniciamos a questão: "o que faz com que alguém seja vendido?". Uma mercadoria só é vendida por um preço, um valor. E uma mercadoria só é mercadoria por ter um valor que está fora dela. Os outros dão esse valor. Dependendo do quanto a mercadoria favoreça aos interesses do seu proprietário, ela será mais ou menos valorizada. Por definição, um item de propriedade é algo que só tem valor instrumental, condicional, extrínseco. É por isso também que uma mercadoria é chamada uma coisa. Compreendemos bem quando dizemos isso de um relógio ou de uma laranja. Nem um relógio nem uma laranja conseguem ver valor em sua própria existência, porque falta-lhes uma mente. Assim, os donos de relógios e laranjas podem fazer o que bem entenderem com seus itens de propriedade (vender, dar, trocar e até mesmo destruir), pois esses itens não podem sofrer um mal1.
Até aí parece tudo muito simples. Mas, a coisa fica intrigante quando perguntamos porque é que alguns seres que claramente possuem uma mente são vendidos. Se são vendidos, é porque são considerados coisas - o comprador tem o direito de propriedade sobre a coisa, e pode fazer com ela o que bem entender. Aqueles seres vivos que separam-se de sua fonte de provimento ao nascerem precisam da mente para moverem-se com segurança no ambiente2. É por isso que os chamamos animais, pois são animados (dotados de movimento por ação própria - diferentemente por exemplo, de um cata-ventos, que só pode mover-se por forças externas). E é claro, seres humanos também estão incluídos nessa categoria de seres animados.
A nossa busca está cada vez mais intrigante porque, claramente vemos que em nossa sociedade, alguns animais são vendidos e com relação a outros, achamos repugnante a idéia de vendê-los. Se quisermos sustentar firmemente nossa posição, para não sermos acusados de irracionalidade, precisamos demonstrar alguma diferença que exista entre os animais que podem ser vendidos e os que não podem. Uma diferença que diga que alguns animais devem ser agrupados junto com relógios e laranjas e que outros animais são tão diferentes dos primeiros que devem ser colocados em um grupo separado.
Podemos iniciar nossa análise com relação aos seres humanos. Há algum tempo atrás (e não faz muito tempo), humanos de pele negra eram considerados itens de propriedade dos humanos de pele branca. Também as mulheres, já foram consideradas itens de propriedade dos homens. Hoje em dia, achamos repugnante a idéia de que um ser humano possa ser vendido. A noção de que cada um de nós possui uma existência psicológica (e não meramente biológica como uma laranja, por exemplo) faz nos enxergarmos como possuindo o direito de não sermos utilizados como se fôssemos uma mercadoria, uma fonte renovável, um modelo de testes, como se só tivéssemos valor enquanto servíssemos aos interesses dos outros, enfim, como se fôssemos meros meios para fins de outros3. É por esse motivo que consideramos a escravidão como algo repugnante: diferentemente de laranjas ou relógios, nos importamos com o que acontece conosco, e podemos ser atingidos maleficamente por alguma ação ou omissão de terceiros. Por possuirmos um bem-próprio e nos importarmos com o que acontece conosco, nosso valor é inerente4, e não instrumental. Sentimos que nossa vida, integridade física e liberdade de movimento não têm preço. Elas não podem ser compradas.
Tratar um indivíduo que possui uma mente como se fosse uma mercadoria é rebaixá-lo ao estatuto de coisa, é mostrar desrespeito pelos seu valor inerente e seus interesses. Quando se trata de seres humanos, nós concordamos prontamente com todos esses princípios. Mas, se somos realmente racionais, precisamos então explicar porque deveria ser diferente com relação a membros de outras espécies. Em suma, por que respeitar um interesse de não ser usado como uma coisa, de não ser escravizado, em um ser de nossa espécie, e não no de outra? O que nos torna tão especiais?
Alguns dizem: é porque humanos são de nossa espécie. Mas isso é como dizer que "humanos são humanos", e isso já sabemos. Queremos saber o que torna todos os humanos tão especiais. Muitos apontam a capacidade para a razão plena. Mas assim estariam excluídos nossos bebês, as crianças muito pequenas, os humanos com graves lesões cerebrais, e os idosos senis. Além disso, muitos animais não-humanos possuem níveis de raciocínio muito acima do deles. Idosos senis podem já ter tido a razão desenvolvida um dia e bebês saudáveis podem ainda vir a desenvolvê-la, mas certos humanos passarão a vida inteira no mesmo estado (de não ter a posse plena da razão mas poder desfrutar de sua vida prazerosamente) e nem por isso os utilizamos como se fossem nossos recursos. Resumindo, não há como traçar uma linha divisória com base em capacidades cognitivas, que coloque todos os humanos acima da linha e todos os não-humanos abaixo5.
As tentativas do parágrafo anterior de apontar uma diferença entre humanos e não-humanos não foram bem-sucedidas porque tiravam uma conclusão que não tinha a ver com o assunto das premissas. As premissas diziam respeito a alguém por esse alguém ter o interesse em não ser usado como se fosse uma coisa, e a capacidade para a razão plena nada tem a ver com isso. Para sofrer um mal, basta ser senciente (possuir a capacidade de sofrer/ desfrutar da vida). Nisso, nos igualamos aos outros animais, pois somos dotados de mente. Se não conseguimos apontar uma diferença moralmente relevante entre humanos e não-humanos que justifique a diferença no tratamento, é sinal de que nós, que nos auto-proclamamos racionais, estamos embasados num preconceito irracional, de aparências: o especismo6, (assim como o racismo e o sexismo). Se não há mérito ou demérito por alguém ter nascido com este ou aquele formato de corpo (raça, sexo ou espécie), pois, não resulta de investimento pessoal7(qualquer um de nós poderia ter nascido com rabo, patas e bico), como usar essas características para justificar usar o outro como se fosse uma coisa? Dessa forma, se somos racionais, precisamos estender aos não-humanos o mesmo direito moral básico8 de não ser usado como mero meio para fins de outros (por exemplo, como um item de propriedade), seja para qual fim for: alimentação, experimentos, vestimenta, entretenimento. E não importa se essas práticas são feitas sem dor ou não, com morte ou não: todas elas violam o princípio básico de que seres com uma mente não são coisas.
Ainda há outra questão intrigante. Algumas pessoas defendem que é errado escravizar, torturar, matar, vender seres humanos e certos seres não-humanos (como cachorros ou gatos), mas não vêem nada de errado em fazer isso com galinhas, bois, vacas, porcos, etc. Essa diferenciação é ainda mais difícil de entender, e não pode ser explicada a não ser por um outro preconceito semelhante ao primeiro tipo de especismo (o elitista, que coloca os seres humanos como uma elite): o especismo eletivo9 (onde se escolhe uma espécie para respeitar enquanto se continua a fazer uso de todas as outras). Isso só pode ser explicado através de uma preferência sentimental que alguns tem por certos formatos de corpo. Não haveria problema algum com essa preferência se as pessoas não pensassem que o respeito que elas devem se mede pela quantidade de amor que elas sentem. Amar é opção, respeitar é dever10. E o respeito depende apenas das características do paciente da ação (se este pode ou não sofrer um mal), e não de sensações subjetivas na mente do agente (porque o paciente pode continuar a sofrer o mal, quer o amemos, quer o odiemos).
Assim sendo, a única posição coerente, com relação ao que estávamos investigando sobre o conceito de propriedade é: separarmos de um lado, as coisas (sem mente) que podem ser itens de propriedade e de outro, os indivíduos (que passam a ter o direito de não serem usados). Com isso, necessitamos da abolição11 do uso de animais (tanto humanos quanto não humanos) enquanto itens de propriedade de seres humanos, não meramente sua regulamentação (pois nenhum defensor sério dos direitos humanos defende a regulamentação do estupro), simplesmente porque regulamentar a escravidão é torná-la mais forte e mais bem-vista aos olhos do público.
Notas 1 Cf. Gary L. FRANCIONE. Introduction to Animal Rights: Your Child or the Dog? - Philadelphia: Temple University Press, 2000, capítulo 3.
2 Sobre essa definição de animal, ver Arthur SCHOPENHAUER. O Mundo Como Vontade e Como Representação. São Paulo, Unesp, 2005, p. 214-215.
3 Cf. Tom REGAN. The Case for Animal Rights. In: BAIRD, Robert M.; ROSEMBAUM, Stuart E. (Eds.) Animal Experimentation: The Moral Issues. New York: Amherst, 1991, p. 85.
4 Id, p. 84.
5 Cf. Peter SINGER. The Significance of Animal Suffering. In: BAIRD, Rober M. & ROSEMBAUM, Stuart E. (Eds.) Animal Experimentation: The Moral Issues. Amherst, NY: Prometheus Books, 1991, p. 57. 6 Cf. Richard D. RYDER. Speciesism. In: ________. Victims of Science: the use of animals inresearch [1975]. Revised edition 1983. London: Centaur Press; National Anti-Vivisection Society Limited, 1983, p. 5.
7 Cf. FELIPE, Sônia T. . Fundamentação ética dos direitos animais. O legado de Humphry Primatt. Revista Brasileira de Direito Animal, v. 1, 2006, p. 219.
8 Cf. Gary L. FRANCIONE. Introduction to Animal Rights: Your Child or the Dog? - Philadelphia: Temple University Press, 2000, p. 92-102.
9 Os termos especismo elitista e especismo eletivo são utilizados pela filósofa Sônia T. FELIPE. Ver entrevista em http://www.pensataanimal.net/index.php?option=com_content&view=article&id=66: filosofacritica&catid=84:soniatfelipe&Itemid=27
10 Agradeço a sugestão dessa frase a Maurício Varallo.
11 Cf. Tom REGAN. The Case for Animal Rights. In: BAIRD, Robert M.; ROSEMBAUM, Stuart E. (Eds.) Animal Experimentation: The Moral Issues. New York: Amherst, 1991, p. 77. Referências FELIPE, Sônia T. . Fundamentação ética dos direitos animais. O legado de Humphry Primatt. Revista Brasileira de Direito Animal, v. 1, p. 207-230, 2006. FRANCIONE, Gary L. Introduction to Animal Rights: Your Child or the Dog? - Philadelphia: Temple University Press, 2000. REGAN, Tom. The Case for Animal Rights. In: BAIRD, Robert M.; ROSEMBAUM, Stuart E. (Eds.) Animal Experimentation: The Moral Issues. New York: Amherst, 1991, p. 77-88. RYDER, Richard D. Speciesism. In: ________. Victms of Science: the use of animals in research [1975]. Revised edition 1983. London: Centaur Press; National Anti-Vivisection Society Limited, 1983, p. 1-14 SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo Como Vontade e Como Representação. São Paulo, Unesp, 2005 SINGER, Peter. The Significance of Animal Suffering. In: BAIRD, Rober M. & ROSEMBAUM, Stuart E. (Eds.) Animal Experimentation: The Moral Issues. Amherst, NY: Prometheus Books, 1991, pp 57-65. ________________________________________
Luciano Carlos Cunha - luciano@pensataanimal.net Mestre em Ética pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), licenciado em Educação Artística com habilitação em música pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e colaborador da revista Pensata Animal. ________________________________________
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Experimentação Animal
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Holocausto "politicamente correto"?
- A pergunta é: se eu planejar um assassinato em série ao som de Mozart e à luz de velas, ele deixa de existir ou "não é cruel"?
Diante disto, acho importante prestar alguns esclarecimentos:
-Vacas, cavalos, cabras, galinhas, porquinhos, perus, peixes são animais: acho que este ponto ninguém questiona, acredito eu ...
- Este NÃO é um blog para "protetores", que SÓ se interessem por cães e gatos. Nem as páginas que lhe correspondem no Facebook.
- Sendo assim, que fique claro que TODOS os animais são objeto de nossa consideração. E que todas as questões serão tratadas pela perspectiva dos interesses DELES, e não de humanos sensíveis e avessos à Verdade.
Quem se incomoda com as postagens sobre vegetarianismo, tem 2 opções: ou descurte o blog ou __ o que me parece razoável __ evite de fazer comentários impróprios aqui (ponto imperativo para a boa convivência).
Entrar aqui para dizer que "o pernil estava delicioso" é uma AFRONTA a esta comunidade e seus moderadores.
Esta página não é um filial bem-estarista ou ligada à indústria pecuária e temos o DIREITO de manifestar nossos pontos de vista abolicionistas. Não estamos conveniados ao governo federal, defendendo os interesses da classe agro-pecuária, como estão algumas "célebres" ongs brasileiras.
- Temos igualmente o direito e o DEVER de rebater argumentos ilógicos, que se apoiam em fatos FALSOS.
Hoje foi dito no Cadeia que só a "carne" pode alimentar os 7 bilhões de humanos.
A quem assim pensa ainda, recomendo a leitura do Relatório da ONU:
- "Alface" tem sentimentos? Tem olhos? Amamenta seus filhotes?
- O homem não é carnívoro, é onívoro. Ou alguém aqui tem presas no lugar de dentes?
- O conceito de "gado" não se sustenta: ou alguém aqui acha que existem seres, resultado da bilenar evolução, que nascem com o único propósito de acabar em pratos de comida, depois de esquartejados e vendidos aos pedaços em supermercados da atualidade?
FALSO: As contas já estão feitas há muito tempo: se todos consumissem os grãos que são destinados a engordar os pobres animais, haveria o suficiente para TODOS no planeta __ e não apenas os gorduchinhos ocidentais __, o consumo de água seria muito menor e não haveria MORTE. E as crianças da África, por exemplo, não estariam na situação em que estão, enquanto o homem McDonald's se farta da MORTE dos animais.
MORRER de FOME
- Argumentar em termos da cadeia alimentar é recusar a vida em sociedade ... apenas tribos selvagens, sem acesso ao mundo dito "civilizado", tem este direito. E não os frequentadores de supermercados e "churrascos festivos" de fim de ano ... Estes tem escolha e, gostem ou não de ouvir a verdade, estão fazendo a sua ... Sinto muito se a verdade incomoda ...
- Há alguns dias perguntei a um cidadão que nos presenteou com sua teoria da "cadeia alimentar":
"Você se considera um predador, XXXX?
Se for assim, você faz parte inocentemente da "cadeia alimentar", já que não tem acesso a outros alimentos, senão o que pode conseguir na selva. Não sendo este o caso, se você se julga com direito e possibilidade de escolha, o argumento da "cadeia alimentar" natural não se sustenta. Lembrando que os grandes carnívoros predadores caçam para tentar comer ... E muitas vezes passam fome ..."
- Os animais carnívoros, que tem PRESAS que os caracterizam, são escravos do instinto. Não são necrófagos, e não consomem carne já morta há algum tempo por outros. Caçam para comer e suas vítimas tem o sangue ainda quente, é bom que se diga ...E não usam garfo e faca para cortar a carne quente e crua de suas vítimas, que ainda não está em decomposição como a que os humanos ingerem..
- Supostamente ao homem, pelo desenvolvimento do neo--córtex, foi dada a capacidade de raciocinar.
E de fazer escolhas, a que muitos chamam de livre arbítrio. Respondemos por elas. Os animais não.
Aos amigos que me disseram ter compreendido o valor da vida de animais como as vacas, os porquinhos, as galinhas, os peixes, os perus e outros animais ainda considerados "comida" ao longo deste ano que se encerra, o meu MUITO OBRIGADA e o meu AMOR e GRATIDÃO.
Todos os animais temem a morte e o sofrimento.
A esta regra não existe exceção.
Infelizmente ainda temos pela frente outro ápice da carnificina, as "ceias" de fim de ano. Por isto, o video que fizemos para o Natal, infelizmente continua tendo sua razão de ser, aliás ao longo do ano inteiro:
Saber que muitos de vocês se tornaram vegetarianos e que possivelmente os últimos dias foram o seu primeiro Natal sem Crueldade é o melhor presente que vocês poderiam ter me oferecido.
Como a minha obrigação é com os ANIMAIS, deixo hoje aqui um material de outra natureza, destinado àqueles que ainda pensam com seus umbigos e estômago e se recusam a ouvir a voz do sofrimento, que pretendi encarnar e expressar durante todo o último mês. Este link esclarece algumas razões __ para os humanos __ que talvez os levem a rever seus hábitos alimentares.
http://www.vegetariantimes.com/resources/why_go_veg/
Graças a pessoas como vocês, quero muito acreditar que a Terra ainda tem alguma esperança.
Nossa indiferença mata.
Não se esqueçam das palavras de Gandhi: primeiro somos ignorados; depois nos ridicularizam; em seguida nos perseguem.
E, por fim, nós vencemos.
Estamos no momento 3. Eles precisam da nossa vitória.
A Mãe Terra, mãe de toda a família terrestre, com certeza lhes é especialmente grata pelo amor que dedicam a seus filhos menores.
Namaste.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Será que alguém poderia prestar atenção em MIM?
Já há algum tempo eu venho me sentindo muito incomodada com relação a um assunto sobre o qual ninguém fala. E isto se refere ao assunto dos animais considerados "comida" e às diferentes posições que vejo acontecer diante dos meus olhos em relação ao assunto.
Aqui já não pretendo sequer me referir ao que os carnívoros não-pensantes costumam afirmar: de que "Deus os fez para isso", ou, ainda pior, eu acho, "que eles devem sofrer o mínimo possível".
Juro que já me cansei de explicar que o que importa não é "como eles são mortos", mas o fato de que são ASSASSINADOS para que alguém consuma o que julgam ser comida.
Bem-estaristas deixados de lado, percebo um outro extremo em relação a esta questão que, a meu ver, só tem contribuído para que o hábito de se alimentar das vidas destes animais se perpetue. Estranhamente, os veganos radicais tem se mostrado responsáveis pelo afastamento de muitas pessoas sensíveis que, se devidamente tratadas, com o respeito que devemos uns aos outros __ se quisermos ser ouvidos! __, talvez se dispusessem a parar de ingerir carne animal.
Hoje, mesmo aqueles que são vegetarianos de longa data são duramente atacados pelo veganos radicais, que parecem ter convertido suas posições pessoais __ às quais muito respeito, diga-se de passagem __ em armas para ofender aos demais, vegetarianos inclusive.
Tenho conversado muito com algumas pessoas que confiam em mim. Muitas delas sentem-se verdadeiramente "perseguidas" pelos veganos, a ponto de se retirar de postagens que se refiram ao consumo de carne animal.
Isto me PREOCUPA MUITO. Em sua ânsia de "conversão", aqueles que adotam esta postura, acabam por atrapalhar e confundir mais a questão, que passa a se tornar uma questão de oposição entre posições, perdendo-se o FOCO único da questão: os ANIMAIS e seu destino, do pasto às mesas humanas.
Normalmente quando alguém se torna vegetariano, ele o faz por questões compassivas, por entender o inaceitável do destino imposto a estes animais.
Será que isto é pouco? Será que estas pessoas deveriam ser "doutrinadas", ofendidas, ou denegridas?
No outro dia mesmo, li um artigo postado na internet em que alguém fazia críticas a Paul McCartney por ser "vegetariano, e não "vegano".
Francamente: quem faz isto, definitivamente não está pensando com um mínimo de lucidez ou de coerência com a CAUSA. Se esqueceram do que este homem fez e faz? Esqueceram-se do vulto e do peso de sua mensagem sobre a sociedade? Hoje temos 10% da população britânica constituída por vegetarianos.
Não se consegue resultados pela opressão. Todos nós que paramos de consumir carne animal, o fizemos sob a forma do vegetarianismo. E PELOS animais.
A sensação que tenho tido recentemente é de que hoje parece que estamos diante de uma batalha de egos, onde ser vegetariano tornou-se uma desqualificação, pelo menos para muitos ... E os "pobres" vegetarianos, combatidos pelos carnívoros, de um lado, e pelos veganos de outro...
Me cabe lembrar a todos que 95% dos animais assassinados pela humanidade, o é pelo abate e para o consumo de sua "carne". Bem como o fato de que o vegetarianismo se impõe como uma necessidade ética para quem abriu os olhos para os animais.
Assim como sempre peço aos carnívoros que abram os olhos PARA os ANIMAIS, desejo pedir aos veganos que abram os seus, também PELOS ANIMAIS.
Adotem uma outra fala e uma outra postura.
Aprendam o conceito de gentileza e de argumentação. Esforcem-se por conduzir gentilmente as pessoas ao seu redor para a compreensão da importância de abster-se de carne animal e o que se esconde por trás dos seus "pratos". Quem viveu toda uma vida alimentando-se de carne animal, dificilmente aceitará consumir apenas tofu ...
Precisamos cair na real! Existem inúmeros pratos muito saborosos que podemos fazer com os alimentos que já fazem parte do dia a dia das pessoas.
A verdadeira conscientização vem de dentro pra fora, e NUNCA é o resultado da repressão. Freudianamente, todos compreendemos que o único efeito da repressão é aumentar a carga do desejo ...
O que neste caso vai contra os objetivos abolicionistas em si ..
Os animais "desaparecem" da perspectiva de muitos e a oposição entre "partidos" toma o seu lugar na atenção das pessoas.
Eu ficaria MUITO FELIZ se o mundo se tornasse vegetariano, por amor aos animais.
Vocês, das próximas gerações, veriam que, como consequência natural, outras formas de abuso e exploração animal naturalmente deixariam de existir.
Combater a exploração animal inclui essencialmente o que comemos, como inclui igualmente o que vestimos e com que ótica vemos e tratamos os animais. Há muito a ser feito e não devemos apostar em estratégias anti-producentes.
Gentileza e Respeito para com os não-humanos
Gentileza e respeito para com os humanos.
Talvez assim as coisas venham a acontecer. PELOS DIREITOS à VIDA dos ANIMAIS.
Namaste.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Bois e Vacas: o genocídio de bilhões de seres sencientes
Embora claramente exista hoje um número mínimo de pessoas que não acreditem na senciência (capacidade de sentir medo, dor, afeto) dos mamíferos __ afinal a maioria das pessoas tem um casa um gato, um cachorro ou um outro bichinho que considera de sua "estimação" __ curiosamente este reconhecimento não é extensivo a outros animais, ainda considerados pelo grosso da sociedade humana como "gado" ou "animais para consumo".
Nos termos de Tom Reagan, parece que a sociedade humana sofre de algum tipo de "esquizofrenia" parcial nesta área, incapaz que se mostra de entender com naturalidade que a "carne" da qual se alimenta provém da morte e esquartejamento de animais. Esta afirmação não é nada distinta da de Paul McCartney, quando afirma que se os matadouros tivessem paredes de vidro e a realidade dos abatedouros fosse de conhecimento público, provavelmente a humanidade já teria aderido expressivamente ao vegetarianismo.
Seja pelo hábito, seja pela hipnose social, que propositadamente mascara o massacre, é como se a maioria das pessoas tivesse que refazer a conexão entre aquilo que come e o animal de cuja morte o alimento provêm.
Hoje os olhos da sociedade humana começam a se voltar para as chamadas "fazendas industriais", e os métodos de criação de bois e vacas para o abate aí conduzidos começam a ser duramente criticados, por sua absoluta falta de escrúpulos e atendimento mínimo das necessidades dos animais explorados, mantidos em áreas ,minúsculas e em condições absolutamente anti-naturais durante todas as suas vidas, desde o nascimento até o momento de seu assassinato.
ENTRETANTO, mesmo em se tratando da oposição às fazendas industriais, o que não está sendo considerado é que MESMO os ANIMAIS criados em PASTOS, "à antiga", são igualmente submetidos ao longo de suas tristes vidas a uma infinidade de "estágios" do mais puro horror e indignidade.
E, MAIS que ISSO, qualquer preocupação que se limite à forma com que são tratados (com mais ou menos "crueldade", nos termos bem-estaristas) é uma tentativa de OBSCURECIMENTO da questão central: MATAMOS seres sencientes que, tal como nós, tem interesse __ e DIREITO __ em se manter vivos.
Mesmos às vaquinhas a quem é dada a oportunidade de pastar (o que não acontece nas "fazendas industriais" __ chega o momento em que os pecuaristas entendem que é "hora de engordá-las": são aglomeradas em grande quantidade, onde passam a receber alimentação em forma de grãos. Além das dificuldades digestivas causadas pela mudança na alimentação, estes locais são geralmente muito sujas e os animais tem que se defender das infestações de parasitas e moscas, o que faz com que muitos percam peso, ao invés de adquiri-lo, dada a intensidade do stress provocada pela mudança de habitat e de alimentação, bem como à grande aglomeração. Isso sem falar na "desinfecção" com produtos tóxicos, ou na adição de outras substâncias, como estrume de aves e de suínos, para "baratear" a ração fornecida.
Chegada a hora em que os pecuaristas consideram que o animal está suficientemente gordo para ser "vantajoso" abatê-lo, ele é transportado em caminhões superlotados até o local de abate. No percurso são vítimas de maus-tratos (chutes, choques elétricos e outros tipos de "recurso" para fazê-las obedecer). Muitos animais chegam machucados e com fraturas, sem falar na sede e no pavor. Animais que tenham sido muito machucados __ às vezes o transporte pode levar dias ou semanas, como é o caso dos animais exportados e embarcados em navios para o abate em outros países __ são simplesmente descartados e empilhados, e deixados para morrer sem qualquer tipo de assistência ou eutanásia.
Durante o trajeto os animais são deixados sem água ou comida, em meio aos excrementos uns dos outros, submetidos a diferenças imensas de temperatura em caminhões sem cobertura, fatos responsáveis pela chamada "febre de embarque". As condições são de tal forma degradantes e abusivas que os exploradores já contabilizam antecipadamente aquilo que chamam de "downers" ou "baixas, isto é, o "prejuízo" que terão com os animais que sabidamente chegarão muito doentes e/ou incapazes de andar ao local de abate.
Vaquinhas e Bois a caminho do seu prato:
Aqueles que sobrevivem ao horror do transporte são direcionados à área de abate:
- os animais são então aglomerados numa área de espera;
- em seguida são enfileirados em um curral, para os quais são conduzidos por toques de vara ou eletro-choque;
- depois de fustigados por um indivíduo que fica separado deste corredor por uma porta de aço, um por um destes animais passa pelo que os pecuaristas denominam de "pré-abate", pelo qual são atordoados seja com um pistola pneumática, seja com choques elétricos, seja com golpes de marreta em suas cabeças;
- o animal é então pendurado de cabeça para baixo por uma das pernas e seu peso faz com que seus tendões se rompam;
- em seguida se abre uma fenda em seu corpo para o posterior esfolamento e retirada de seu "couro" (muitos animais recobram a consciência pela dor intensa);
- são em seguida degolados e seu sangue escoa para dentro de tanques destinados a esta finalidade;
- o animal é descido dos ganchos para ser retalhado e esfolado. Muitos animais chegam a este estágio do "processo" ainda VIVOS e são vistos ainda piscando enquanto tem suas partes cortadas(tetas, patas e língua);
- seu corpo inerte é então dividido em 2 metades, num corte longitudinal ao longo de sua coluna vertebral por uma serra elétrica;
- assim esquartejado, as 2 partes do que sobrou daquele ser vivo são refrigeradas em câmaras frigoríficas;
- a última fase do "processo" inclui, no momento considerado "oportuno", esquartejá-lo em pedaços e empacotá-lo.
(fontes: PEA e INR)
Esta é a estória e o trajeto de incontáveis milhões de vidas até chegarem à sua mesa.
Não há como fugir de FATOS .....
A chamada "indústria da carne" é exatamente isso.
NÃO é uma indústria, até porque o conceito de indústria implica na transformação de algo em outra coisa.
Aqui só o que se vê é MORTE.
Muitas vacas são sacrificadas grávidas e seus filhotes não-nascidos levam muito tempo antes de morrer, depois que suas mães tem suas entranhas removidas ...
Repense seus hábitos alimentares.
Dê uma chance aos animais.
As estatísticas apontam para a estimativa de que um único ser humano, ao se alimentar, é responsável pela morte de pelo menos 7 bois ou vacas de aproximadamente 500 kg cada, não contabilizadas nesta estimativa os filhotes que tiveram e foram sacrificados ainda bebês ou antes de nascer.
Abusar da falta de defesa de um inocente é crime aos olhos do Universo.
Comemore e Respeite a Vida!
Ela é um bem precioso para todos.
Namaste.
Nos termos de Tom Reagan, parece que a sociedade humana sofre de algum tipo de "esquizofrenia" parcial nesta área, incapaz que se mostra de entender com naturalidade que a "carne" da qual se alimenta provém da morte e esquartejamento de animais. Esta afirmação não é nada distinta da de Paul McCartney, quando afirma que se os matadouros tivessem paredes de vidro e a realidade dos abatedouros fosse de conhecimento público, provavelmente a humanidade já teria aderido expressivamente ao vegetarianismo.
Seja pelo hábito, seja pela hipnose social, que propositadamente mascara o massacre, é como se a maioria das pessoas tivesse que refazer a conexão entre aquilo que come e o animal de cuja morte o alimento provêm.
Hoje os olhos da sociedade humana começam a se voltar para as chamadas "fazendas industriais", e os métodos de criação de bois e vacas para o abate aí conduzidos começam a ser duramente criticados, por sua absoluta falta de escrúpulos e atendimento mínimo das necessidades dos animais explorados, mantidos em áreas ,minúsculas e em condições absolutamente anti-naturais durante todas as suas vidas, desde o nascimento até o momento de seu assassinato.
ENTRETANTO, mesmo em se tratando da oposição às fazendas industriais, o que não está sendo considerado é que MESMO os ANIMAIS criados em PASTOS, "à antiga", são igualmente submetidos ao longo de suas tristes vidas a uma infinidade de "estágios" do mais puro horror e indignidade.
E, MAIS que ISSO, qualquer preocupação que se limite à forma com que são tratados (com mais ou menos "crueldade", nos termos bem-estaristas) é uma tentativa de OBSCURECIMENTO da questão central: MATAMOS seres sencientes que, tal como nós, tem interesse __ e DIREITO __ em se manter vivos.
Mesmos às vaquinhas a quem é dada a oportunidade de pastar (o que não acontece nas "fazendas industriais" __ chega o momento em que os pecuaristas entendem que é "hora de engordá-las": são aglomeradas em grande quantidade, onde passam a receber alimentação em forma de grãos. Além das dificuldades digestivas causadas pela mudança na alimentação, estes locais são geralmente muito sujas e os animais tem que se defender das infestações de parasitas e moscas, o que faz com que muitos percam peso, ao invés de adquiri-lo, dada a intensidade do stress provocada pela mudança de habitat e de alimentação, bem como à grande aglomeração. Isso sem falar na "desinfecção" com produtos tóxicos, ou na adição de outras substâncias, como estrume de aves e de suínos, para "baratear" a ração fornecida.
Chegada a hora em que os pecuaristas consideram que o animal está suficientemente gordo para ser "vantajoso" abatê-lo, ele é transportado em caminhões superlotados até o local de abate. No percurso são vítimas de maus-tratos (chutes, choques elétricos e outros tipos de "recurso" para fazê-las obedecer). Muitos animais chegam machucados e com fraturas, sem falar na sede e no pavor. Animais que tenham sido muito machucados __ às vezes o transporte pode levar dias ou semanas, como é o caso dos animais exportados e embarcados em navios para o abate em outros países __ são simplesmente descartados e empilhados, e deixados para morrer sem qualquer tipo de assistência ou eutanásia.
Durante o trajeto os animais são deixados sem água ou comida, em meio aos excrementos uns dos outros, submetidos a diferenças imensas de temperatura em caminhões sem cobertura, fatos responsáveis pela chamada "febre de embarque". As condições são de tal forma degradantes e abusivas que os exploradores já contabilizam antecipadamente aquilo que chamam de "downers" ou "baixas, isto é, o "prejuízo" que terão com os animais que sabidamente chegarão muito doentes e/ou incapazes de andar ao local de abate.
Vaquinhas e Bois a caminho do seu prato:
Aqueles que sobrevivem ao horror do transporte são direcionados à área de abate:
- os animais são então aglomerados numa área de espera;
- em seguida são enfileirados em um curral, para os quais são conduzidos por toques de vara ou eletro-choque;
- depois de fustigados por um indivíduo que fica separado deste corredor por uma porta de aço, um por um destes animais passa pelo que os pecuaristas denominam de "pré-abate", pelo qual são atordoados seja com um pistola pneumática, seja com choques elétricos, seja com golpes de marreta em suas cabeças;
- o animal é então pendurado de cabeça para baixo por uma das pernas e seu peso faz com que seus tendões se rompam;
- em seguida se abre uma fenda em seu corpo para o posterior esfolamento e retirada de seu "couro" (muitos animais recobram a consciência pela dor intensa);
- são em seguida degolados e seu sangue escoa para dentro de tanques destinados a esta finalidade;
- o animal é descido dos ganchos para ser retalhado e esfolado. Muitos animais chegam a este estágio do "processo" ainda VIVOS e são vistos ainda piscando enquanto tem suas partes cortadas(tetas, patas e língua);
- seu corpo inerte é então dividido em 2 metades, num corte longitudinal ao longo de sua coluna vertebral por uma serra elétrica;
- assim esquartejado, as 2 partes do que sobrou daquele ser vivo são refrigeradas em câmaras frigoríficas;
- a última fase do "processo" inclui, no momento considerado "oportuno", esquartejá-lo em pedaços e empacotá-lo.
(fontes: PEA e INR)
Esta é a estória e o trajeto de incontáveis milhões de vidas até chegarem à sua mesa.
Não há como fugir de FATOS .....
A chamada "indústria da carne" é exatamente isso.
NÃO é uma indústria, até porque o conceito de indústria implica na transformação de algo em outra coisa.
Aqui só o que se vê é MORTE.
Muitas vacas são sacrificadas grávidas e seus filhotes não-nascidos levam muito tempo antes de morrer, depois que suas mães tem suas entranhas removidas ...
Repense seus hábitos alimentares.
Dê uma chance aos animais.
As estatísticas apontam para a estimativa de que um único ser humano, ao se alimentar, é responsável pela morte de pelo menos 7 bois ou vacas de aproximadamente 500 kg cada, não contabilizadas nesta estimativa os filhotes que tiveram e foram sacrificados ainda bebês ou antes de nascer.
Abusar da falta de defesa de um inocente é crime aos olhos do Universo.
Comemore e Respeite a Vida!
Ela é um bem precioso para todos.
Namaste.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Carnificina natalina
Em 2010 fez-se uma estimativa segundo a qual cerca de 65 bilhões de animais são criados e abatidos para o consumo de sua carne. Acresça-se a este número os estimados 53 bilhões de peixes e outros animais aquáticos mortos com esta mesma finalidade.
Os dados levantados apontam para um aumento de cerca de 2% ao ano neste número de vidas perdidas (1,7% maior do que no ano de 2009).
As estatísticas apontam para a estimativa de que um único ser humano é responsável pela morte de 28 animais terrestres e 175 animais aquáticos por ano, o que faz com que um indivíduo que viva 75 anos tenha se alimentado da morte de aproximadamente 15 MIL animais.
Ás vésperas das ceias do Natal e do Fim de Ano, caracterizadas por uma orgia de consumo e de comida, convêm lembrar a todos os métodos usados para que animais inocentes sejam abatidos até chegar às mesas humanas.
Métodos de Abate dos Mamíferos:
Pistola Pneumática: Uma "pistola" é apontada para a cabeça do animal e uma vara de metal é disparada para dentro do cérebro. A pistola é projetada de modo que a haste jamais sai completamente, ela simplesmente vara a cabeça do animal e depois é puxada pelo açougueiro enquanto o animal desmaia.
Este disparo, como o animal se agita muito, nem sempre é certeiro e, freqüentemente, atinge o olho ou resvala na cabeça do animal, gerando ainda mais dor.
Atordoamento Elétrico: Os animais são conduzidos molhados a um corredor e dali tangidos com choques elétricos de 240 volts.
Choques Na Cabeça: Um atordoador elétrico é utilizado para produzir um ataque e a garganta do animal é cortada, deixando-o sangrar até a morte.
Golpes De Marreta: Utilizando-se de um martelo específico golpeia-se a cabeça do gado quebrando o seu crânio (essa técnica também é usada em vitelas, pois os ossos do crânio de filhotes são mais macios).
Nem sempre o martelo acerta com precisão a região que causa a inconsciência, podendo rasgar os olhos ou o nariz do gado.
Abate Ritual: Os animais estão totalmente conscientes quando suas jugulares são cortadas. Alguns matadouros prendem o animal por uma perna e penduram-no de cabeça para baixo antes que suas gargantas sejam cortadas, resultando em danos dolorosos dos tecidos em 50% das vezes e, em algumas vezes, crises de vômito.
Fonte PEA: http://www.pea.org.br/crueldade/abatedouro/
Considerando-se o que são os chamados "pratos de fim de ano", talvez seja interessante informar o processo a que determinados animais vivos, cujos corpos são "tradicionalmente" servidos nesta época do ano, são submetidos até chegar às mesas humanas:
Porquinhos:
Animais dóceis de extrema inteligência, hoje comparada por cientistas à de uma criança humana de aproximadamente 3 anos de idade, são muito dóceis e afetuosos e muitos os tem por animais de estimação, mostrando-se extremamente afeiçoados a seus donos e capazes de comportamentos muitas vezes mais refinados do que os de um cão doméstico. São extremamente limpos por natureza, o que faz com que os locais onde são criados para abate, caracterizados pela sujeira e a alimentação que lhes é oferecida, sejam uma violência a mais à sua natureza original.
Como são mortos: São mortos através da inserção diretamente em seu coração de uma faca fina, longa e afiada.
Observe-se ainda que os porquinhos machos são castrados sem anestesia no momento imediatamente posterior ao seu nascimento. Depois de alguns dias, são separados de suas mães.
PORCOS A CAMINHO DO PRATO
Ao chegar do transporte, os porquinhos são conduzidos através de currais até a sala de abate, onde:
- Os animais são desacordados através de eletrochoques dolorosos que os deixam paralisados, permanecendo conscientes na maior parte dos casos;
- São então pendurados ainda conscientes em correntes por uma das patas traseiras;
- São degolados com uma faca afiada, onde se aguarda então o sangue escorrer para os tanques;
- São imersos em água fervente, muitas vezes ainda vivos;
- Passam pelo processo de esfola onde a pele é toda retirada.
- Chegam à mesa de corte onde são retiradas suas vísceras e tem a carne cortada. São prensados o máximo possível para minimizar os custos de "produção".
Aves como o peru e a galinha (conhecida como "chester", depois de passar por um processo de engorda forçada)
Criadas em espaços minúsculos e em grandes concentrações, sob intenso stress, são forçadas a uma superalimentação e à administração de hormônios, vivendo em meio à sujeira. Muitos desconhecem o fato de que os criadores costumam usar o método de "debicação" para que os animais stressados não se dilacerem entre eles. Esta "medida" consiste em cortar a ponta do bico dos frangos ao nascerem, para que "não se machuquem" (prejúizo financeiro). Após terem parte dos seus bicos cortados, os pobres animais se debatem de dor, emitindo sons de agonia, sangrando profusamente.
Vem então o processo chamado de "cauterização", pelo qual o bico do pintinho é cauterizado com um aparelho que apresenta um fundo incandescente (mais dor excruciante). Muitas aves morrem de tristeza enquanto são "criadas" para o abate.
Depois de mortas são depenadas, evisceradas, "limpas" e cortadas.
AVES A CAMINHO DO PRATO
Após o transporte até o local de abate, são despejadas amontoadas dos caminhões.
-São colocadas em um sistema de ganchos e transportadores que fazem parte do sistema de abate automático.
- Sofrem uma descarga elétrica que supostamente causaria a inconsciência. Entretanto, essa corrente é tão reduzida (níveis maiores de corrente "endureceriam a carne"), que a maior parte das aves vai para o próximo estágio com plena consciência.
- Sofrem o processo de "degola automática", ao passar por uma máquina
- São imersas em um banho escaldante. Não é raro que muitas aves cheguem VIVAS até este "estágio".
- São depenadas e estrinchadas.
- Embaladas e transformadas em "produtos de Natal"
(Fonte PEA e Instituto Nina Rosa)
Peixes
Acreditem! Peixes também são animais, com vida consciente e comportamento inteligente. Ainda que você talvez ache que eu estou mentindo, a própria União Européia, com base em testemunhos de cientistas e inúmeras pesquisas realizadas, conclui o óbvio: que peixes são seres sencientes e que, como tal, experimentam dor, medo, stress e são capazes de comportamentos sociais e inteligente, o que inclui manobras evasivas para manter suas vidas.
http://www.acompassionateworld.org/2010/06/european-parliament-recognises-fish-are-sentient/
Além disso, hoje sabe-se que os peixes tem em suas bocas uma quantidade enorme de terminações nervosas, comparáveis em número e sensibilidade aos genitais humanos. Não é difícil, por empatia, imaginar a dor que sentem ao serem fisgados em anzóis. Ou a agonia que experimentam ao morrer sufocados, quando retiradas da água.
Muito "em moda" está o conceito de pesca em que depois de fisgado o peixe é devolvido à água, depois de retirado o anzol. Nada mais falso e hipócrita: esta pesca nada tem de "correta", já que a dor e o stress animal que o animalzinho sente é razão suficiente para que a grande maioria não consiga sobreviver. Isto sem falar na incapacidade consequente de se alimentarem (o que os leva à morte dolorosa e longa por inanição)_ ou ao sangramento que faz com que seus outros predadores (além dos humanos, é claro) sejam atraídos e os matem.
Tudo isto sem mencionar certos "pratos" da culinária humana (japonesa) em que o peixe é servido ainda vivo. Segundo os "experts", este tipo específico de "prato" requer necessariamente que o peixe ainda se mova ao ser servido ....
(Fonte de consulta: Instituto Nina Rosa)
Que me desculpem os acomodados, tão bem instalados em suas crenças pessoas egocêntricas: mas toda a VIDA tem o desejo (e o direito) de viver.
Considere a opção do vegetarianismo/veganismo
Sobretudo agora às vésperas da comemoração do nascimento da LUZ entre os homens, verdadeiro espírito dos finais de ano na cultura ocidental.
Namaste
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