Experimentação Animal: posição bem-estarista (3R) e abolicionista
Informe-se:
por Norah André
Tal como acontece com relação ao abate de animais para o consumo de sua "carne", onde o confronto e a tensão irreconciliável entre o bem estarismo e o abolicionismo se manifesta com toda a clareza, também na questão do uso de animais em pesquisas, esta oposição radical de perspectivas se faz presente de forma igualmente irreconciliável, embora desapercebida da maioria de todos aqueles que se engajam na luta contra o uso de animais em experimentos ditos científicos.
Fica claro, quando se trata de matar animais para consumo humano, que enquanto o bem estarismo está apenas preocupado com o nível de sofrimento experimentado pelos animais durante sua vida e na hora de seu abate __ a quanta "crueldade" ele é submetido __, a perspectiva abolicionista torna esta questão irrelevante, uma vez que entende que todos os animais tem o mesmo direito à vida, independentemente de "como" sejam criados ou abatidos.
Ou seja, para nós, abolicionistas, a questão não é o "como eles são mortos", mas o fato de que NÃO devem morrer, não importa sob que circunstâncias.
Você realmente imagina que ser abatido (assassinado), com um carinho na cabeça, à luz de velas, em ambiente tranquilo, ainda que dopado, modifica o fato de que alguém foi ASSASSINADO?
Claro que não. Pois então: se é assim com um ser humano, porque seria diferente com um não-humano?
Pois bem: também quando se fala de experimentação em animais, a mesma oposição aparece, em termos idênticos.
Enquanto a posição bem estarista (conhecida como 3R) legitima o uso de animais em experiências, desde que cumpridas "certas condições", a perspectiva abolicionista SE OPÕE radicalmente ao uso de quaisquer animais em experimentos, não importa sob que circunstâncias.
Felizmente, nesta aspecto, a boa e moderna ciência tem nos oferecido todo o suporte científico, ao evidenciar a falácia e a mentira envolvido nestas práticas pseudo-científicas.
Bem estarismo: O que é o 3 R, do qual discordamos frontalmente?
Em inglês, de onde vem a expressão ela significa: Refine (refinar), Reduce (reduzir), e Replace (substituir).
3 R significa limitar 3 fatores nos ditos "experimentos":
- "menos sofrimento" __ reduzir sofrimento ("refinar")
- "menos animais" __ reduzir o número de vítimas sacrificadas (inutilmente)
- "substituir os métodos de experimentação anima, sempre que houver alternativas" (REPLACE, em inglês)
Ora, como muito bem evidenciou Sergio Greif em seu artigo "Métodos Alternativos", que noção de "método alternativo" estaria sendo aqui empregada?
A posição aqui equivocadamente sustenta que os resultados obtidos em experimentos que implicam na morte e tortura de outras espécies seriam "confiáveis" e sólidos, quando transferidos para a fisiologia humana.
O que sabemos NÃO SER VERDADE.
E MAIS: admite como "legítima em certos casos" que a tortura e a matança prossiga, "com o mínimo sofrimento possível".
Sem comentários.
Sabemos muito bem a que tipo de "interesses" esta posição, hoje mantida no Brasil e autorizada pelo CONCEA, serve: a indústria farmacêutica, as grandes corporações financeiras e as verbas milionárias que circulam no mercado da vivissecção, seja "fabricando animais" para a morte, seja vendendo produtos, seja para evitar possíveis processos legais, seja para o recebimento de verbas milionárias de pesquisa, seja para certificação acadêmica recíproca de "pesquisadores" sem mérito científico algum.
Nenhum destes senhores parece preferir a posição ética e cientificamente fundamentada de pesquisada hoje mantida pelos cientistas de ponta internacionais, atendo-se aos seus interesses financeiros e à manutenção de sua pouca qualificação acadêmica, vendida como "ciência" para a população mundial, desinformada propositalmente de forma consistente.
Direitos animais e abolicionismo
Além dos argumentos éticos mais evidentes, a perspectiva abolicionista em pesquisas científicas, SABE que os resultados obtidos em experimentos com animais NÃO são fidedignos, e que respondem pelo atraso da farmacologia e da medicina aplicada à saúde humana.
Aqui, ativistas e cientistas se encontram em um ponto comum, apesar de partirem de motivações diversas. Um excelente artigo neste sentido é o de Ray Greek, pesquisador reconhecido internacionalmente, que defende a abolição de experimentos em animais exclusivamente com vistas ao surgimento de uma verdadeira ciência aplicada.
Inteiramente desconectado da questão ética (com a qual explicitamente diz não se importar), Greek é muito claro ao afirmar que métodos que utilizam animais, além de não serem necessários, só fazem atrasar o desenvolvimento da pesquisa orientada para a saúde humana, ao retardar e impedir o avanço na área do desenvolvimento de remédios e fármacos adequados para o consumo humano.
No sentido de qualificar nossa demanda como também cientificamente validada, temos feito diversas postagens neste mesmo blog de autores e pesquisadores renomados nacional e internacionalmente, que evidenciam o aspecto teórico científico de nossas aspirações de ver em breve ENCERRADO este triste DESCAMINHO que a pesquisa dita científica tomou, enveredando pelo caminho da impostura, do atraso, da ganância à frente do verdadeiro conhecimento, bem como do holocausto animal.
Hoje os pesquisadores de ponta, internacionalmente reconhecidos por sua credibilidade, claramente afirmam a FALÊNCIA e a INVERDADE envolvidas na experimentação animal, adotando métodos de pesquisa que, além de éticos, são capazes de fornecer resultados fidedignos, com aplicação imediata e segura à saúde humana.
Conclusão:
Nossa sociedade precisa ser informada:
- dos grandes danos causados à saúde humana por medicamentos anteriormente considerados "seguros" quando testados em animais
- de que na verdade não se trata de buscar alternativas, "em certos casos e sempre que possível". Buscar alternativas será SEMPRE NECESSÁRIO, em qualquer caso, já que os métodos empregados hoje produzem resultados falaciosos, uma vez que cada espécie animal (homem e outros) tem sua característica específica. Isto gera a necessidade de termos pesquisadores inteligentes, informados e criativos, capazes de dominar sua área de saber com informação atualizada, empregando recursos à disposição das demais ciências.
- da tortura e a chacina de vítimas inocentes em experimentos no mínimo duvidosos, também empregados pela indústria de produtos cosméticos e produtos de limpeza que inadvertidamente consume e, com isso, financia
- dos reais motivos por trás desta falsa-ciência: interesses bilionários escusos, em detrimento da dignidade dos animais não humanos e dos verdadeiros interesses dos humanos supostamente "beneficiados" por estes procedimentos pseudo-científicos.
- dos grandes recursos à disposição da verdadeira ciência, ainda não empregados, já que requerem algum investimento financeiro por parte dos pesquisadores, que ainda consideram mais barato" matar" do que fazer uma boa e sólida pesquisa científica.
- da estratégia de desinformação ainda intencionalmente mantida junto à população.
Observação:
Entre outros pontos, estes serão nossos objetivos ao realizar nossa II Manifestação Anti Vivissecção e Experimentação animal em 28 de abril de 2012, em diversas cidades brasileiras e do exterior.
Por favor, compareçam e estudem a questão.
A INDIGNAÇÃO precisa estar firmemente associada à INFORMAÇÃO.
Referências:
Greif, Sergio: "Métodos Alternativos", tal como postado, com licença do autor em:
http://contatoanimal.blogspot.com/2012/02/metodos-alternativos-por-sergio-greif.html
GREEK, Ray :
“A pesquisa científica com animais é uma falácia”, postado em
http://contatoanimal.blogspot.com/2012/02/pesquisa-cientifica-com-animais-e-uma.html
Ler também:
http://contatoanimal.blogspot.com/2012/02/vivisseccao-um-negocio-indispensavel.html
http://contatoanimal.blogspot.com/2012/02/mito-das-experiencias-em-animais-por.html
http://contatoanimal.blogspot.com/2012/02/experimentacao-animal-e-necessaria-para.html
http://contatoanimal.blogspot.com/2012/02/o-modelo-animal-por-sergio-greif.html
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