quinta-feira, 22 de março de 2012
Eunucos versus ativismo pelos direitos animais
Quando o "menos" na verdade é "mais"
Norah
A maioria de nós sabe o que quer dizer "eunuco".
Um sujeito de quem se rouba a virilidade e a energia, por ser considerado uma "ameaça", arrancando-lhe o que tipifica a sua masculinidade.
Na História, muitos foram os casos em que homens tiveram seus testículos arrancados por orquidectomia, para que sua convivência com mulheres nas cortes fosse considerada "segura".
Independentemente de tais barbaridades, sexualmente orientadas, há diversos sentidos simbólicos possíveis de tornar algo ou alguém um "eunuco", na tentativa de domesticá-lo ou fazer calar a ENERGIA de um ideal.
A todas as grandes CAUSAS foi dado "tratamento" semelhante.
Uma das estratégias mais recorrentes de silenciá-los e fazê-las perder o seu vigor é o estabelecimento de "alianças" que só lhe retiram a ALMA e a CHAMA.
Pessoas com ideais distintos __ como certamente é o caso do abolicionismo e do bem estarismo __ deveriam estar precavidas. Ao discursar sobre a "união", muitos são levados a crer que "devagarzinho", obtendo "apoios" e estabelecendo "coligações" (à moda do que os políticos fazem tão bem), estando presentes na mídia, obtendo apoios externos sem antes se verificar as reais intenções de alguém, estamos fazendo "progressos" e progredindo em direção à Libertação Animal e ao estabelecimento de uma ampla plataforma de ativismo em benefício do reconhecimento dos direitos animais.
ENGANO.
Se eu, abolicionsta, me convenio e me associo a falas mansas e castradas, que na verdade escondem interesses humanos na exploração animal, estou caindo no famoso "conto do vigário", aplicado aos ingênuos que continuam vendo o mundo com base em sua boa fé e confiança irrestrita na "bondade" do meu semelhante.
"Devargazinho" não se chega a lugar algum.
Ou portamos a CHAMA da Libertação Animal, ou não.
Ou formamos um grupo coeso, com intenções idênticas, ou estamos abrigando o inimigo que nos enfraquecerá.
Com toda certeza, este discurso não é "popular", já que com ele costumamos fazer mais inimigos do que amigos. Muitas pessoas com DE FATO excelentes intenções, recolheram-se por ter contatado que este tipo de associação traz muita dore de cabeça. Não é diferente o que disse Sergio Greif em seu último artigo postado em nosso blog.
Entretanto, firmemente acredito que SÓ este caminho nos conduzirá até o que pretendemos ver realizado. E terremos a grande vantagem de não precisar ficar olhando eternamente olhando para trás, verificando os passos de nossos supostos "aliados".
Toda e qualquer institucionalização ou ajuntamento de organizações traz o risco da DESVIRILIZAÇÃO e do encampamento de interesses "estranhos" à causa abolicionista, bem como de qualquer causa legítima.
Neste exato momento estamos OUVINDO o SILÊNCIO de uma ong nacional em relação aos destinos dos jegues do nordeste brasileiro.
Estamos igualmente ouvindo a OMISSÃO de políticos que supostamente deveriam trabalhar por seu "bem-estar".
Não à tôa desconfiamos de qualquer um que se apresente como "político", mesmo correndo o risco de estarmos enganados, CASO se prove o contrário.
Neste caso, como na maioria das situações em nossas vidas adultas, desconfiar é uma NECESSIDADE e uma OBRIGAÇÃO de qualquer um que DE FATO tenha decidido erguer a bandeira dos direitos DOS ANIMAIS.
Prefiro ser acusada de excesso de zelo do que de de cumplicidade com o enfraquecimento da CAUSA.
Há momentos em que o "menos" com certeza é "mais", do ponto de vista da CHAMA que se pretende manter acesa.
"Seja manso como um cordeiro e esperto como uma serpente", já dizia o Mestre.
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