sábado, 2 de junho de 2012
ESPECISMO - o que é isso? (definição)
Especismo consiste em atribuir diferentes direitos ou diferentes valores a indivíduos de diferentes espécies.
Naturalmente, tal como concebida pelo psicólogo inglês Richard Ryder em 1973, a noção de "especismo" ('speciesism') refere-se ao preconceito do homem em relação a outras espécies, com base em diferenças físicas, a quem o homem atribui valor qualitativo.
Tal como o racismo, que pesa e valora indivíduos humanos com base na cor de suas peles, o especismo valora as vidas de indivíduos de diferentes espécies com base na diferença que apresentam em relação à forma humana.
Com base nisto, podemos com certeza afirmar que o especismo equivale a um tipo de discriminação, inventado pela mente humana, que, AO INVÉS de VALORIZAR as SEMELHANÇAS (a senciência que compartilhamos com TODOS os outros animais), prefere, arbitrariamente, RESSALTAR as DIFERENÇAS externas entre os indivíduos, valorizados em escala a partir do referencial do humano como padrão de referência:
"I use the word 'speciesism'," escreveu Richard Ryder em 1975, "to describe the widespread discrimination that is practised by man against other species ... Speciesism is discrimination, and like all discrimination it overlooks or underestimates the similarities between the discriminator and those discriminated against."
Não é difícil reconhecer aqui o "toque podre" do Cristianismo instituído (não de Cristo, é bom frisar) e de outras religiões, que sempre fizeram questão de atestar o homem como o centro ou ápice da criação divina, como seu "filho preferido".
Nem poderia ser diferente, já que toda e qualquer religião é necessariamente uma "produção humana". E mais: que seus mantenedores, zeladores ou sacerdotes, tenham precisado desde sempre desta certificação de autoridade para se apresentar como porta-vozes "autorizados" da divindade.
Nas tradições consideradas pagãs, não era este o critério empregado.
E por isso mesmo bem sabemos o quanto o cristianismo foi seu arqui-inimigo: queimando todos os "pagãos" que encontrou pelo caminho para fortalecer sua pseudo-autoridade e incorporando datas e rituais pagãos ao seu calendário, quando foi incapaz de destruí-los, dada a sua força ancestral.
Em muitas culturas deus era MULHER: a Natureza, a Mãe que ama a todos os seus filhos, sem distinção, com um amor incondicional.
E, como tal, isto aproximava os animais da visão da Criação divina como um conjunto multifacetado, composto de diferentes formas de expressão: homens, aves, mamíferos, peixes e todas as formas de vida eram aspectos vivos do divino.
A diferença e a variedade eram justo o que caracterizava a Divindade em sua manifestação. (As pernas não são mais relevantes que os braços, ou são? Uma cabeça pode existir sem um corpo? Ou tudo faz parte de um grande organismo cósmico, por assim dizer?)
Mas por trás desta pluralidade da manifestação externa (a variedade infinita da manifestação divina e criadora da Grande Mãe), um conceito nos unia e assemelhava a TODOS (humanos e não-humanos) como tendo uma única essência, como frutos de uma mesma Árvore: a VIDA.
Séculos e séculos de lavagem cerebral conduziram as coisas ao ponto em que hoje estão: homens de um lado, e todo "o resto" (florestas, o ar, mares e os não-humanos) de outro.
No inconsciente coletivo isto começou com a expulsão do homem do Paraíso.
Não que isto fosse um reconhecimento ou uma premiação, pelo contrário: teríamos sido literalmente expulsos e banidos, JUSTAMENTE por nos pretendermos diferentes e termos nos mostrado incapazes de viver em harmonia com o TODO da Vida.
Pretendendo "mais", exigindo "mais" .... (como mulas sem cabeça, ou "cabeças sem mula", melhor dizendo ...)
Mas sacerdotes e egos ambulantes e interessados conseguiram convencer a grande maioria de que esta EXPULSÃO teria sido um PRÊMIO, um "reconhecimento" que o homem teria conquistado por sua "originalidade" e "primazia".
Não à tôa se fala na Serpente e no Diabo: agradar criaturas vaidosas e estúpidas, dissociadas do equilíbrio Universal, com palavras vãs e títulos honoríficos nunca foi tarefa difícil para quem pretendeu estabelecer o Mal e a Divisão para Reinar.
E assim se fizeram as TREVAS do Especismo.
Nas quais estamos todos cada vez mais afundados, para desespero de alguns poucos, que preferiram permanecer no Jardim do Éden, onde todos somos UM.
Namaste.
Nota: (texto primeiro publicado no blog da Weeac Brasil, em 11 de novembro de 2011)
Norah André
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GOSTEI!
ResponderExcluirEspecismo = coisa de gente que, por exemplo, animais valem mais do que vegetais que TAMBÉM são seres VIVOS! Ah, sim, troque as fotos por ratos de esgoto e das baratas alimentando suas baratinhas. Ou vai ser tachado de especista, certo?
ResponderExcluirCoerência manda lembranças!