Uma realidade sombria e intencionalmente acobertada e ignorada no país.
Norah André
A maioria da população brasileira parece ignorar que o abate de cavalos e burrinhos vem acontecendo no país há muito tempo.
Provavelmente porque a maior parte do fruto dos assassinatos __ a "carne" processada destes animais __ é exportada há anos, quase que integralmente, para o mercado europeu.
Há uma referência a este holocausto especificamente, numa abjeta matéria publicada em 2012: http://www.revistamercado.com.br/destaques/carne-de-cavalo-“made-in”-araguari/
O silêncio absoluto das grandes ongs brasileiras sobre o assunto é compreensível: há muito que estão a serviço dos interesses dos pecuaristas, tentando imprimir nas mentes dos brasileiros o conceito de "abate humanitário" __ mais recentemente há uma onda em que se fala de "carne orgânica" __ como forma de validar o consumo de sua "carne".
Entretanto, como revelou a reação da expressiva parte da sociedade brasileira à matéria transmitida pela Rede esgoto sobre o assunto em fevereiro (no programa Fantástico), o consumo da "carne" de cavalos ainda encontra forte resistência entre a população.
Acreditamos ser oportuno lutarmos ferozmente pela não-inclusão no coletivo mental da sociedade de cavalos como "animais de supermercado ou "comestíveis", antes que o conceito se banalize, com a consequente banalização de mais uma espécie animal no cenário do holocausto animal, tido como "natural" por ainda cerca de 90% da população brasileira e mundial.
Informações sobre os planos de expansão e incremento do abate de cavalos foram dadas em nossa postagem anterior:
http://www.contatoanimal.blogspot.com.br/2013/04/rede-globo-e-suas-relacoes-estreitas.html
Na presente postagem nos limitaremos a fornecer informações sobre o abate de cavalos e como ele é conduzido.
Video postado hoje em nosso canal do YouTube:
Métodos de abate:
Pistola de atordoamento (captive bolt) - usado para deixar os animais inconscientes, o que nem sempre acontece, fazendo com que muitos animais permaneçam conscientes durante o abate propriamente dito, pelas "técnicas" abaixo, ou acordem durante a chacina.
O método consiste em usar um parafuso pontudo, que é impulsionado por ar comprimido ou um cartucho vazio. O parafuso em si é uma haste feito de uma liga de metais, tais como o aço inoxidável.
O parafuso penetra no crânio dos cavalos, causando danos imediatos a parte considerável de seus cérebros e, em especial, ao cerebelo. Em função desta destruição cerebral, acompanhada de expressivo aumento da pressão intra-craniana, os cavalos perdem a consciência.
Este método destrói fisicamente parte considerável matéria cerebral __ quanto maior a área da lesão, maior a probabilidade do atordoamento e inconsciência __ao mesmo tempo em que intencionalmente deixa o tronco cerebral intacto. Isto, garantem seus executores, faz com que seus corações continuem a bater, "o que facilita um sangramento bem sucedido" numa etapa posterior do processo de abate.
Como esta pistola e seu parafuso foram inicialmente projetadas para assassinar/deixar inconscientes os bovinos, os resultados do atordoamento em equinos são extremamente incertos.
Cavalos tem pescoços mais longos e, na tentativa de fugir do golpe que lhes será desferido, agitam suas cabeças descontroladamente, em pânico o que obriga os encarregados do abate a repetir a perfuração com parafusos intra craniais repetidas vezes.
Cabeças decepadas de cavalos, recuperadas de centros de abate, têm demonstrado diversos exemplos em que 8 a 10 golpes em áreas da cabeça, pescoço e até o ombro de um único cavalo estão evidentes, contados a partir do primeiro parafuso introduzido.
Linhas de produção devem continuar a mover-se, a fim de cumprir as cotas, os trabalhadores regularmente não tem tempo para atacar os cavalos com precisão suficiente para atordoar-los.
Estudos têm demonstrado que mesmo os cavalos considerados "devidamente atordoados" muitas vezes recuperam a consciência em poucos minutos, sendo capazes de sentir dor e terror durante todas as etapas seguintes da chacina, ao mesmo tempo em que estão privados habilidades motoras que lhes permitam sequer tentar reagir ou escapar.
SEGUNDA ETAPA - 3 métodos de assassinato
Uma variante do assassinato propriamente dos cavalos e burros, depois de supostamente atordoados, é o método conhecido como SANGRIA.
O animal (inconsciente ou semi consciente, mas incapaz de se mover ou reagir) é pendurado por uma corda ou gancho e tem sua garganta cortada.
Outra variante para estes assassinatos é o método conhecido como DESMEMBRAMENTO.
Existe um equipamento nas instalações de abate destinado exclusivamente a esta finalidade.
(muitos cavalos e burrinhos estão semi conscientes durante o processo, e outros, igualmente semi consciente, assistem à linha de "processamento", aguardando a sua vez, sem qualquer possibilidade de fazer uso de suas capacidades motoras.
Outra variante para o assassinato é uma máquina conhecida como "kill chute". O animal, atordoado ou não, recebe uma única pancada de compressão, depois de deitado e imobilizado.
Devo dizer que os métodos assassinos acima são os mais "gentis".
Em países como o México e em matadouros clandestinos o animal não é atordoado (nem tentativamente) mas simplesmente morto a facadas.
Em muitos países, como aqui no Brasil, o atordoamento não é empregado e é substituído por tiros de revólver, antes que a sangria ou o desmembramento aconteça.
Espero que estas imagens façam mais do que apenas tentar impedir o abate de cavalos.
A realidade das vacas, porquinhos, carneiros, entre outros, não é em nada diferente do que aqui acontece.
Por favor, repense o que você ainda consome a título de "comida".
Um dia foram vidas que terminaram arrancadas grotesca e violentamente assim.
Todos os animais tem medo da morte.
E todos deveriam ser objeto de nossa consideração e respeito.
Namaste
Outros videos sobre abate de cavalos, para consulta:
http://www.youtube.com/watch?v=cUlIJqJzWLE
http://www.youtube.com/watch?v=8lZAU429VY0